Arquivo | 14-04-2004 03:33

CAT foi liquidado sem esclarecimentos

A associação dos trabalhadores municipais de Vila Franca de Xira (CAT) foi liquidada sem que fosse esclarecida a suspeição sobre a sua gestão nos últimos 20 anos. Uma nova associação está na forja.

O CAT-Centro de Alegria no Trabalho, associação de trabalhadores do município de Vila Franca de Xira foi extinto sem que fossem esclarecidas publicamente as suspeitas levantadas sobre a sua gestão nos últimos 20 anos. A associação, criada há quase 30 anos, era responsável pelo pagamento de complementos de reforma aos trabalhadores aposentados e subsídios de casamento, creches, livros escolares, despesas médicas, subsídios de almoço e horas extraordinárias aos trabalhadores. O CAT tinha 520 sócios.Entretanto foi criada uma nova associação que deverá ser, oficialmente, constituída ainda este mês com a assinatura da escritura. A presidente da câmara, Maria da Luz Rosinha garantiu que os trabalhadores e os reformados municipais não serão prejudicados e que, brevemente, a autarquia acertará as contas em atraso. Durante mais de duas décadas, os órgãos sociais arrastaram-se muito para além do limite dos mandatos e não apresentaram contas à câmara que transferiu centenas de milhar de euros para o centro. Houve até o exemplo do arquitecto João Rabaça, que era presidente do conselho fiscal e, quando foi confrontado com a situação, já não se lembrava que tinha sido eleito. Recorde-se que em Março de 2003, o vereador do PSD, Rui Rei disse suspeitar da existência de actividades paralelas e admitiu ligações entre a associação e o partido comunista que durante mais de 20 anos esteve em maioria no concelho. O autarca pediu uma auditoria externa à associação para esclarecer todas as dúvidas.A câmara preferiu manter a investigação nas suas paredes e entregou o assunto ao gabinete jurídico municipal que ouviu vários dirigentes e elaborou relatórios que não divulgou.O vereador social-democrata não aceitou a decisão e, na reunião da câmara, de 31 de Março insistiu na necessidade de clarificar a situação. “O CAT recebeu dinheiros públicos tem de ser investigado até ao fim”, disse. A CDU optou pelo silêncio e não fez comentários a uma situação onde poderá ter responsabilidades porque geriu a câmara até final de 1997.A actual presidente da câmara, Maria da Luz Rosinha, admitiu a existência de irregularidades na associação quando a questão foi levantada há cerca de um ano. Questionada sobre as funções do CAT, a autarca disse que não conseguia responder à pergunta.Um ano depois, na reunião da câmara, a edil referiu que tem na sua posse relatórios “extensos” sobre a actividade do CAT, mas não revelou o seu conteúdo. O MIRANTE apurou que até ao momento não foi feita qualquer participação ao Ministério Público, a entidade a quem compete desencadear a investigação sobre eventual negligência ou dolo na aplicação dos dinheiros públicos.

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