Arquivo | 21-03-2012 11:19

Urbanização de luxo em Alverca com aspecto de bairro degradado

Desde o último Verão que não é feita a manutenção dos espaços exteriores da urbanização da Malva Rosa, em Alverca, concelho de Vila Franca de Xira. O urbanizador disse aos moradores que está a estudar o problema, a junta de freguesia diz que não pode fazer nada e a câmara atira responsabilidades para o urbanizador, a Obriverca.

Os moradores da urbanização de luxo Malva Rosa, em Alverca do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, estão revoltados com a falta de limpeza e manutenção dos espaços exteriores da urbanização, que ainda se encontra em construção e que faz com que o espaço pareça um bairro “do terceiro mundo”, acusam.As árvores crescem sem controlo e invadem os passeios. Os canteiros de flores estão cheios de ervas e até os espaços destinados a parques infantis são hoje buracos de areia cheios de dejectos de animais. A relva não é cortada e a vegetação já ocupa parte dos bancos de jardim. Várias árvores e palmeiras estão secas e em risco de caírem sobre os automóveis ou transeuntes. Alguns espaços verdes servem mesmo de cemitério a animais em decomposição, próximo do local onde brincam crianças. O cenário de abandono “é uma coisa que só visto se consegue perceber”, garante Adérito Mendes, morador, que tem ervas quase com um metro de altura à porta do seu prédio. A última limpeza da zona em frente foi feita por ele. “Já lá vão uns meses e agora tenho de ir cortar outra vez. Mas não é uma responsabilidade minha. É inaceitável que isto aconteça porque os moradores compraram estes apartamentos, mais caros que a média, convencidos que estavam a adquirir casas de luxo num bairro decente”, critica.A limpeza dos espaços exteriores da urbanização da Malva Rosa compete ao urbanizador, a firma Obriverca, que não o tem feito desde o último Verão, apesar das queixas dos moradores. “A Obriverca diz que está a estudar o problema. Falei com a Junta de Freguesia de Alverca e disseram-me logo que não podiam fazer nada. Da Câmara de Vila Franca informaram-me que a urbanização ainda está a ser construída e que por isso a responsabilidade da manutenção é do urbanizador. Andam no jogo do empurra e os moradores é que pagam”, critica David Gomes, outro morador.Num e-mail enviado a um morador o vereador Fernando Paulo Ferreira (PS) informa que o assunto foi remetido à divisão de fiscalização da câmara para que o urbanizador seja notificado para proceder à reposição das condições adequadas de conservação e manutenção dos espaços exteriores. Mas isso, diz quem ali mora, não deveria impedir que a câmara ou a junta unissem esforços para minorar o problema. “Não custava nada a junta ou a câmara mandarem aqui dois homens durante um dia, limpar esta vegetação, nem que fosse só de seis em seis meses. Poderiam pressionar a Obriverca na mesma, mas enquanto faziam isso davam um sinal às populações que se preocupam. Se calhar só quando for as eleições é que vêm aqui mostrar a bondade”, lamenta Rosa Dias, moradora.Para os comerciantes da Malva Rosa o cenário também não agrada. “Esforçamo-nos por oferecer um espaço diferente e cuidado e depois o cliente tem de deixar o carro debaixo de uma árvore seca, pisar porcaria de cão no passeio e passar junto a um ecoponto com ervas de um metro de altura. É mau para as pessoas, mau para Alverca e mau para o negócio”, acusa Francisco Pires, proprietário de uma pastelaria na urbanização. O MIRANTE contactou a Obriverca mas nenhuma resposta nos foi enviada até à data de fecho desta edição.

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