Arquivo | 05-01-2013 19:45

Adolescente francês de 15 anos assina estudo na revista científica Nature

Um estudante francês de 15 anos, ainda a frequentar o liceu, é coautor de um estudo sobre astrofísica publicado esta semana na prestigiada revista britânica Nature, umas das publicações científicas com maior fator de impacto.Roberto Ibata, líder de uma equipa de investigação no Observatório de Astronomia de Estrasburgo - e nessa qualidade último autor do artigo publicado na Nature - chamou o seu filho ao laboratório onde trabalha para um estágio em linguagem de programação Python, utilizada para a realização de modelizações num estudo sobre a evolução das galáxias anãs em torno da Andrómeda, anunciou em comunicado o Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS) francês.Neil, um jovem que frequenta o liceu internacional de Estrasburgo, trabalhou assim ao lado do pai e "foi o primeiro a colocar em evidência a rotação de um disco de galáxias anãs em torno da galáxia Andrómeda no quadro do projeto de investigação", sublinhou o CNRS, citado pela AFP.Pela sua participação no projeto, o jovem adolescente viu o seu nome figurar ao lado do nome do seu pai, assim como dos de uma quinzena de astrónomos e físicos de diversos países, nomeadamente da Austrália, Canadá e Estados Unidos, entre outros."Joguei com os dados que a equipa do meu pai tinha medido, ou seja, a distância e a velocidade das galáxias anãs", explicou o jovem à rádio local France Bleu Alsace, ainda de acordo com a AFP."O meu pai começou a ensinar-me matemática e física quando eu tinha cinco anos, e isso sempre me apaixonou", afirmou ainda o adolescente, admitindo ter tanto mais interesse por um problema científico quanto mais dificuldades lhe encontra.Roberto Ibata revelou, pelo seu lado, que o filho, ainda com a idade de 12 anos, tinha já passado "uma semana a trabalhar na modelização de sistemas de estrelas".A sua assinatura hoje na Nature "eleva a barra muito alto", disse o pai do adolescente. "Espero que ele consiga alcançar feitos semelhantes mais tarde... Tenho a certeza de que conseguirá", acrescentou.A presença de numerosas galáxias anãs em torno de grandes galáxias, como a Andrómeda ou a própria Via Láctea, é conhecida há muitos anos. Tratar-se-á de restos de galáxias mais vastas que pouco a pouco são devoradas por galáxias vizinhas e que os astrónomos acreditam ser independentes umas das outas, explica o CNRS.O estudo publicado pelos Ibata, pai e filho, e pelos seus colegas revela que, "de facto, em torno da galáxia Andrómeda, a maior parte delas [galáxias anãs] são organizadas numa gigantesca estrutura alisada de mais de um milhão de anos-luz de comprimento e rotação sobre ela própria".Esta descoberta abre novas perspetivas aos astrofísicos permitindo-lhes repensar uma parte das teorias sobre a formação de galáxias.Enquanto espera por abraçar em definitivo uma carreira científica, o jovem estuda com empenho, para além de matemática e física, também piano. "E também aqui sou muitas vezes confrontado com desafios bem difíceis", acrescentou Neil Ibata.

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