Arquivo | 09-01-2013 05:58

"Câmaras devem ter um papel na gestão dos transportes públicos"

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, defendeu ontem que as autarquias "devem ter um papel na gestão dos transportes públicos", num debate sobre "A Cidade" realizado no Teatro Nacional D. Maria II."Basta olhar para uma cidade para perceber que o sistema que mais influencia o seu funcionamento é o sistema de transportes públicos", disse António Costa, secundado pelo outro interveniente neste quarto debate dos Encontros Garrett, António Capucho, ex-presidente da Câmara de Cascais e actual presidente da Fundação D. Luís I - Centro Cultural de Cascais.O autarca da capital classificou o tema do debate como "um tema interessante, mas que chegou a Lisboa com 20 anos de atraso", numa altura em que quase todos os erros que se podiam cometer na cidade já foram cometidos, tendo como maior efeito a desertificação.Uma tendência que, sublinhou, só se inverteu na década 2001-2011, em que "Lisboa perdeu só três por cento da sua população - em vez de 10 por cento - e aumentou o número de famílias residentes na cidade".Na sua opinião, a desertificação que a capital sofreu durante décadas (entre 1961 e 2001, perdeu 400 mil habitantes) "é fruto de nunca ter havido um planeamento da cidade a nível regional", de "não ter nenhuma entidade que a gira no seu conjunto".E o problema é que esse planeamento integrado "não só não existe, como não vai existir enquanto não houver uma entidade com legitimidade democrática para gerir a cidade", frisou.Em sua opinião, assiste-se, neste momento, em Lisboa, a "uma mudança absoluta de paradigma e isso vê-se pelo número de licenças pedidas à câmara: dantes, havia 90 por cento de licenças para construção nova e 10 por cento para reabilitação urbana e, agora, há 90 por cento para reabilitação e só 10 para construção nova".Por isso, agora "o principal desafio estratégico é recuperar a cidade de Lisboa", sustentou António Costa.Para tal, defendeu, deveria ser elaborado "um documento que sirva de matriz estratégica para concorrer ao próximo Quadro Comunitário de Apoio", que tem "algumas inovações", como o facto de "pela primeira vez assumir a importância das cidades", ao estabelecer que "cinco por cento da verba disponibilizada têm de ser investidos nas cidades".

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