Arquivo | 16-01-2013 12:16

Salvaterra de Magos vive situação de ruptura na saúde

O concelho de Salvaterra de Magos tem assistido nos últimos meses a uma deterioração dos cuidados de saúde. O número de médicos tem vindo a reduzir e os munícipes são encaminhados para Benavente que também não tem conseguido assegurar médicos todos os dias.

Salvaterra de Magos vive uma situação catastrófica a nível da saúde. A freguesia de Glória do Ribatejo tem apenas um médico para servir a sua população e ainda as do Granho e de Muge. Os casos mais urgentes são encaminhados para o Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Benavente que também não tem conseguido assegurar médico todos os dias. Marinhais recebeu agora o reforço de um médico a tempo parcial, mas continua a ser insuficiente para dar resposta a todos os pedidos. A nova directora do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Lezíria, Paula Rodrigues, espera colocar um ou dois médicos a tempo parcial na Glória ainda este mês. Desde Setembro que Glória do Ribatejo tem apenas um médico que serve também a população do Granho e Muge. Antónia Varelas, 54 anos, recorda o caso de uma idosa que veio de manhã para a extensão e aí permaneceu até ao dia seguinte para conseguir consulta. “Durante o dia esteve dentro do centro, depois colocou uns cartões num banco e uns cobertores e passou ali a noite para poder ser atendida no dia seguinte”, conta. Mesmo para obter um receituário, os utentes são obrigados a esperarem pelo menos quatro dias. Fernando Silva, de 79 anos, só conseguiu marcar consulta para daqui a dois meses. “A Câmara de Salvaterra deveria mexer-se um pouco mais, em vez de continuar a assistir à degradação da saúde no concelho”, repara. O presidente da Junta da Glória, João Oliveira (PS), diz que a situação é insustentável. “Todos os dias tenho pessoas a queixarem-se que precisam de um médico para passar análises ou exames e não conseguem. Muitos vêm de madrugada para conseguirem uma das consultas do dia”, repara. O autarca defende ainda que os moradores do Granho e de Muge devem ser tratados de igual modo e deveriam ter-se criado condições na Glória para os receber. “Em vez de melhorarmos para recebermos mais gente, pioramos. De dois médicos passamos para um. A câmara não estabelece qualquer ponte entre os utentes e o ACES da Lezíria para resolver os problemas”, critica. Em Marinhais, para além do único médico a dar consultas, colocou-se este mês uma médica que vai ajudar duas vezes por semana. Uma situação que surge depois de os moradores terem colocado a circular pela vila um abaixo-assinado contra a situação que se vivia. “Mesmo assim continua a ser insuficiente. Precisávamos de pelo menos quatro médicos para dar resposta aos cerca de 6300 munícipes da freguesia”, repara a presidente da junta, Fátima Gregório (PS). Os utentes sem médico de família são aconselhados a dirigirem-se ao SAP de Benavente que este ano não tem conseguido assegurar médico todos os dias.A nova directora do ACES da Lezíria, Paula Rodrigues, espera colocar este mês mais um ou dois médicos a tempo parcial na Glória do Ribatejo e reforçar a unidade de Marinhais com mais um médico. A dirigente reforça ainda que já está programada a abertura de concursos para colocar mais médicos no concelho. Recorde-se que o concelho passou em dois anos de nove para seis médicos, alguns dos quais estão na iminência de se reformarem. O MIRANTE tentou também contactar o novo director do ACES do Estuário do Tejo, que é responsável pelo SAP de Benavente, mas não recebeu qualquer resposta até ao fecho desta edição.

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