O serviço de internamento do Centro de Saúde de Montalegre, com sete camas, vai encerrar por falta de enquadramento legal, avançou hoje à Lusa o presidente do Agrupamento de Centros de Saúde do Alto Tâmega e Barroso (ACES).Filipe Teixeira explicou que nenhum centro de saúde do país tem internamento e acrescentou que a valência fecha em Montalegre porque está "fora da realidade" e não por questões económicas.O encerramento, disse, não tem data prevista e será feito "lentamente"."Vamos reencaminhar alguns doentes para uma unidade de cuidados continuados e outros ficarão sob a responsabilidade da Segurança Social, se se tratar de casos sociais", frisou o responsável.O presidente da Câmara de Montalegre, Fernando Rodrigues, salientou que o concelho demorou anos a ter este serviço, pelo que espera que o Ministério da Saúde seja "sensato, prudente e justo".Dado estar em construção uma unidade de cuidados continuados, que deverá estar concluída em Julho, o autarca pede à tutela que mantenha o internamento em funcionamento até lá.Segundo o autarca socialista, os cortes vão mais longe e, disse, há intenções de encerrar as nove extensões de saúde existentes na vila de Trás-os-Montes.Fernando Rodrigues garantiu que "não é aqui que estão as gorduras" e que a solução poderá passar pela mobilidade dos médicos."Se querem, pura e simplesmente, por razões ideológicas, cortar no Serviço Nacional de Saúde (SNS), não contem connosco porque isto não é servir o povo, sobretudo os que mais precisam", afiançou o autarca."Agora fecham o internamento, depois as extensões e, de seguida, serão as urgências?", questionou.O presidente do ACES garantiu, no entanto, ser "mentira" haver um plano para fechar as extensões de saúde."Não sei onde o presidente da câmara foi buscar essa informação. Não existe nenhuma indicação nesse sentido e, se há, ninguém me advertiu", declarou.