Arquivo | 20-10-2013 14:43

Miranda do Corvo e Góis preservam vida selvagem e raças domésticas autóctones

O lince ibérico e o urso pardo são alguns dos animais selvagens que podem ser visitados no Parque Biológico da Serra da Lousã, em Miranda do Corvo, numa quinta que acolhe também animais domésticos de raças autóctones.Na mesma serra, na Aigra Nova, no concelho de Góis, o Núcleo Asinino das Aldeias do Xisto, a funcionar desde o ano passado, integra três burros – Xisto, Golias e Gaitanas – que são agora um dos principais motivos de interesse da povoação.Em Miranda do Corvo, o Parque Biológico nasceu em 2009, “para permitir que pessoas com deficiência ou doença mental tenham uma oportunidade de trabalho”, afirma à agência Lusa o presidente da Fundação Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional (ADFP), o médico Jaime Ramos.Na Quinta da Paiva, que alberga várias actividades da fundação, “todos os animais são cuidados por pessoas com deficiência ou doença mental”, salienta.O Parque Biológico está situado numa encosta sobranceira ao rio Dueça, que atravessa a propriedade da ADFP, e alberga mais de 200 animais domésticos, num espaço com fins pedagógicos, a que se juntam outros de espécies que existiram em estado selvagem em Portugal.Além de prosseguirem um fim social, gerando emprego para pessoas que de outra forma teriam mais dificuldade em aceder ao mercado de trabalho, estas valências da fundação visam “aproximar as pessoas da vida selvagem” e do mundo rural.“Temos a melhor mostra da vida selvagem em Portugal”, regozija-se Jaime Ramos, explicando que estes projectos têm “uma capacidade grande de gerar receitas próprias”, numa instituição que recebe apoios do Estado e da União Europeia para “programas de assistência social”.Veados, corços, javalis, ursos, linces, gamos e aves de rapina são alguns dos bichos que podem ser apreciados no sector da vida selvagem, enquanto na outra margem do rio existem burros, bois, cavalos, porcos, ovelhas, cabras e galinhas, entre outros animais domésticos de raças tradicionais.O Parque Biológico e a Quinta Pedagógica receberam 105 mil visitantes nestes quatro anos de existência.O Núcleo Asinino das Aldeias do Xisto, na Aigra Nova, foi criado pela Lousitânea – Liga de Amigos da Serra da Lousã, liderada por Paulo Silva, no âmbito de parcerias com a Associação de Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA), de Miranda do Douro, a Câmara de Góis e outras entidades.Xisto, Golias e Gaitanas, que se aproximam dos visitantes que os chamam pelo nome, são alimentados com palha, erva do campo e “uma pequena porção de ração”, como recompensa “após a realização dos passeios”, sobretudo com crianças e jovens, já que a tratadora, Lurdes Lopes, tem instruções para não admitir pesos superiores a 70 quilos.“Já que é para preservar a espécie, temos de preservar mesmo”, afirma à agência Lusa.Diariamente, Lurdes Lopes tem a responsabilidade de pentear os burros, dar-lhes comida, limpar o curral e o espaço ao ar livre onde podem ser observados.“Vão também um bocadinho para a rua e tentamos treiná-los para serem montados”, explica, consciente da importância de “preservar esta espécie, que está em vias de se perder”.

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