Arquivo | 31-10-2013 21:23

Patriarcado aconselha reforço de missas a 01 de Novembro, com suspensão do feriado

O Dia de Todos-os-Santos este ano, pela primeira vez, não corresponde a um feriado nacional, pelo que o Patriarcado de Lisboa (PL) aconselhou "aos párocos que garantissem horários da celebração da missa que possibilitem a participação de todos”.Em nota divulgada pelo PL, no seu sítio na Internet, a “suspensão” do feriado “afecta a celebração da Solenidade de Todos-os-Santos”, mas salienta que, “mesmo quando caia em dia útil de trabalho, mantém-se o preceito festivo, segundo o elenco do cânone 1246”.O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), padre Manuel Morujão, realçou à Lusa que, "pela primeira vez, neste dia 01 de Novembro, vamos ter um 'dia santo' que não coincide com um feriado nacional" mas, "para os católicos, continua a ser um 'dia de preceito', ou seja em que, na medida do possível, devem participar numa missa, continuando a ser um dia de trabalho, já que foi suprimido o feriado".O responsável do departamento de Comunicação do PL, padre Nuno Rosário Fernandes, disse à Lusa que “foi solicitado às paróquias da Diocese de Lisboa que promovessem mais horários de celebração, em horários que facilitem a participação dos fiéis”.O sacerdote afirmou não ter dados disponíveis sobre “como cada paróquia se organizou”, mas citou a sua paróquia, a de Benfica, onde “foi acrescentada uma missa vespertina, celebrada na véspera de dia 01 [de Novembro], à noite, pelas 21:30, para que as pessoas que trabalham possam participar”.No Porto, os párocos da Diocese “não têm qualquer instrução especial” quanto aos serviços religiosos, disse à agência Lusa o porta-voz do paço episcopal, padre Américo Aguiar.Tradicionalmente, a comunidade católica aproveitava o extinto feriado de Todos-os-Santos para homenagear os mortos, embora o Dia dos Fiéis Defuntos seja formalmente assinalado no dia 02, que este ano calha ao sábado.“É natural que, face ao fim do feriado, muitos padres transfiram a cerimónia para o sábado. O problema vai-se levantar mais quando o 1.º de Novembro calhar a meio da semana”, acrescentou Américo Aguiar, informando que o administrador apostólico da Diocese, Pio Alves, preside a uma celebração no sábado, às 11:00, no Cemitério do Prado do Repouso, no Porto.A Arquidiocese de Braga, por seu turno, considera a extinção do feriado de 01 de Novembro como uma “oportunidade pastoral” para “superar os equívocos” provocados pelas transferências das celebrações litúrgicas do dia de Fiéis Defuntos para o dia de Todos os Santos.“No primeiro fim-de-semana a seguir ao dia 02 de Novembro, ou domingo coincidente com este dia, deve fazer-se a romagem ao cemitério”, lê-se na nota do arcebispo Jorge Ortiga, publicitada no sítio de Internet da Arquidiocese.“No caso de aí se celebrar eucaristia, deverão tomar como referência uma das três eucaristias previstas para o dia 02 de Novembro, escolhendo a que mais se ajusta ao momento da celebração”, recomenda o arcebispo Jorge Ortiga, na mesma nota.O padre Morujão chama a atenção para o facto de, "no dia 02 de Novembro, se fazer a comemoração de Todos os Fiéis Defuntos,[e] as pessoas costumam visitar os cemitérios, onde foram sepultados os seus familiares e amigos, e participar em celebrações religiosas; sem o feriado do dia 01 de Novembro, não será tão fácil cumprir esta devoção tão humana e tão cristã"."Seja como for, já antes era costume, quando não se podia cumprir esta romagem de devoção, na data precisa, tal se fazia no fim-de-semana mais próximo", remata o porta-voz da CEP.A tradição da celebração do Dia de Todos-os-Santos remonta ao século IV, quando se realizou pela primeira vez em Antioquia, tornando uma prática habitual dos cristãos no século seguinte, e actualmente é seguida pelas Igrejas Católica, Ortodoxa, Anglicana e Luterana.No ano passado, o Governo anunciou que a suspensão de quatro feriados - dois religiosos e dois civis - manter-se-á até 2018. A suspensão dos feridos religiosos - do Corpo de Deus (feriado móvel celebrado 60 dias após a Páscoa) e do Dia de Todos-os-Santos, celebrado a 01 de Novembro -, foi acordada entre o Governo português e a Santa Sé.Os dois feriados civis suspensos foram o 05 de Outubro (Implantação da República), e o 01 de Dezembro (Restauração da Independência).

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