Arquivo | 06-11-2013 16:07

Furto de gado no baixo Vouga tira o sono aos produtores

Dezenas de cabeças de gado bovino são furtadas a pequenos produtores do Baixo Vouga, que pedem maior vigilância e já fazem vigília nocturnas nos campos onde pernoitam os animais.Artur Resende, agricultor em Fermelã, que também explora um café na aldeia, disse à agência Lusa que voltou a desaparecer gado nos campos: ali, na noite de segunda para terça-feira foram sete animais e de quinta para sexta-feira foram duas vacas frente ao cemitério de Sarrazola, em Cacia."Os roubos ocorrem durante a noite e já vai a caminho das 30 cabeças de gado. É gado marinhão, holandês e até uma égua. Vai tudo o que anda preso à corda e não só. Roubam fardos de palha, espigas de milho, e a mim levaram-me até chocalhos e uma bateria eléctrica", lamenta-se.As queixas sucedem-se na GNR e os criadores de gado são aconselhados a ter calma, mas Artur Resende é um dos que já não dorme descansado, com medo que lhe tirem os cavalos que tem por lá. É um dos que optou por fazer vigília: "acabo por fechar o café e vir de noite para o campo tomar conta do que é meu e do que é dos outros. Temos de ser uns para os outros".Os furtos de gado estão a instalar a desconfiança entre os próprios produtores, porque estão convencidos que tem de haver colaboração de alguém que conhece o terreno."Para mim, há um ‘artista’ aqui da zona implicado. Não é qualquer um que entra aqui no nosso campo, sem conhecer nada disto, e não acredito que ande a ver de dia para vir buscar de noite. Deve recolher aqui os animais e depois fazer a entrega a um camião, que depois desaparece pela A25", afirma, convicto.Artur Resende acredita que o destino dos animais será para abate clandestino, ou "para passar para lá da fronteira", porque as identificações e boletins sanitários dos animais ficam com o proprietário.A Associação de Lavoura do Distrito de Aveiro (ALDA), que tem agendada uma iniciativa para chamar a atenção para o problema, reclama das entidades públicas medidas de reforço da vigilância."Continuam a roubar os animais que fazem falta à sobrevivência dos pequenos agricultores desta zona. O problema ultimamente tem-se agravado, o que preocupa os pequenos produtores, que sentem falta de segurança para continuarem a sua actividade e é fundamental o reforço da vigilância", disse à Lusa Albino Silva, da ALDA.Apesar de se tratar de uma extensa área desabitada e de difícil controlo, o oficial de relações públicas do Comando Territorial de Aveiro da GNR, capitão Machado, garante que estão a ser feitos esforços "para evitar maiores proporções e o alarme entre os pequenos agricultores", que atravessam dificuldades."Fizemos há uma semana a identificação de vários indivíduos e a apreensão de animais, em colaboração com a Direcção-Geral de Veterinária, e estamos a fazer investigações", disse à Lusa.Aquele oficial não afasta a possibilidade de haver entre os suspeitos quem conheça o terreno: "lidar com um animal não é fazer um furto normal. Tem de estar a vontade com animais, ter carros próprios e saber como funcionam os brincos de identificação".

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