Arquivo | 17-11-2013 10:43

Mercados biológicos têm mais clientes, mas gastam menos devido à crise

Os mercados de produtos biológicos têm mais clientes, mas que gastam menos dinheiro, optando por comprar menos alimentos transformados, como o vinho, devido à crise económica, revelou hoje o presidente da associação do sector."Os nossos mercados são sobretudo de legumes e frutas e as pessoas consomem mais estes produtos, isso não mudou com a crise", disse o presidente da Associação Portuguesa da Agricultura Biológica (Agrobio).Jaime Ferreira explicou à agência Lusa que os agricultores dos 11 mercados geridos pela Agrobio "não têm tido perda de rendimento porque têm mais consumidores, embora com a crise as pessoas tendam a consumir um pouco menos em quantidade".A mudança registada nas compras verificou-se nos "produtos transformados, como o vinho, ou de uso não tão diário, [com excepção para] o azeite, [em que] as pessoas baixaram um bocado o consumo", especificou.Quanto aos valores praticados, "tem havido um esforço de ajustar os preços à realidade e não têm aumentado, antes pelo contrário, em alguns produtos têm baixado e isso é mais verdade quando estamos a falar de produtos da época", referiu o presidente da Agrobio.A associação gere 11 mercados distribuídos pelo país, principalmente nos centros urbanos. Lisboa, Almada, Loures, Amadora, Oeiras, Algés, Carcavelos, Cascais, Setúbal, Aveiro e Portimão são as cidades que já têm um espaço para produtos biológicos.Jaime Ferreira avançou que já há pedidos para instalar novos mercados biológicos, em Coimbra e no Porto.A instalação de locais de venda depende da existência de agricultores disponíveis, mas também do interesse e dimensão do mercado potencial de consumidores biológicos nessas regiões ou cidades, além da colaboração dos municípios, através de protocolos com a Agrobio para disponibilização de um espaço público.Os mercados biológicos realizam-se uma vez por semana. Começaram por ser no sábado, mas já acontecem durante outros dias da semana, normalmente ao final da tarde, quando os consumidores regressam a casa, como são os exemplos na Amadora, Almada e Setúbal.A agricultura biológica é definida como um sistema holístico assente em princípios relacionados com produção de alimentos, mas também de preservação da biodiversidade, respeito pelo bem-estar animal e pela dignidade do homem, não utiliza adubos ou pesticidas de síntese, ou químicos, antibióticos ou hormonas de crescimento.Na comparação com a agricultura convencional, a biológica ainda representa "um número ainda baixo" (de 6,5%) da superfície agrícola útil do país, regista a adesão de dois mil agricultores e cerca de 20 milhões de euros de comercialização de produtos, sendo um sector em crescimento.Na europa e no mundo, o mercado de produtos biológicos aumenta a taxas de 10% a 15% ao ano, segundo a Agrobio.

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