Arquivo | 02-12-2013 11:00

Advogada de Viseu cria projeto de artesanato para ajudar animais

O amor pelos animais e a vontade de ajudar todos os que estão abandonados ou doentes levaram uma advogada de Viseu a aventurar-se na costura para criar peças de artesanato, cujas vendas apoiam causas à escolha do comprador.Catarina Beirão tem 31 anos e divide o apartamento com o coelho Tambor, o hamster Narizinho e a tartaruga Speedy Gonzalez. A estes animais dá presencialmente o seu amor, mas a muitos outros de vários pontos do país dedica horas e horas de trabalho nocturno.Através do Facebook, a advogada ia-se apercebendo dos vários casos de animais em risco e não conseguia ficar indiferente.“Há alturas em que parece que aparecem em catadupa e nós temos vontade de ajudar. Do meu salário, dava cinco (euros) para aqui, cinco para ali, dez para ali, conforme aqueles que achava que eram mais urgentes”, contou.Mas Catarina Beirão apercebeu-se de que, sozinha, não conseguiria ajudar tanto como gostaria.“A maneira de angariar mais fundos foi esta de, através do meu trabalho, fazer com que as pessoas comprem e ajudem”, justificou.Inspirada por outros projectos que conheceu no Facebook, há um ano a advogada criou o Cat (h)and Love. Com a ajuda de uma máquina da costura que era da mãe, tem criado porta-moedas, mantas, almofadas e “almofagatos” (almofadas em formato de gato), entre outras peças, muitas feitas em tecidos com padrões de animais.Metade do preço de cada peça é oferecida à associação ou particular que o comprador escolher. Depois da venda, Catarina Beirão entra em contacto com o beneficiário da ajuda.“Explico o meu projecto, que um determinado comprador pretende ajudar aquela associação e eles indicam-me uma maneira de fazer o pagamento, normalmente por transferência bancária. Depois, entro em contacto também com o comprador e digo-lhe que a ajuda já foi entregue”, contou.Os últimos meses têm sido dedicados a causas específicas: Outubro à Associação Pata Vermelha, que pretende sobretudo dar apoio a nível de medicação e cuidados veterinários a outras associações ou particulares, e Novembro à dona do gato Napoleão, que tinha uma doença rara, foi operado, mas acabou por morrer.“Para a associação Pata Vermelha foi muito pouco, cerca de 20 euros. Para a Diana (Garcia), neste momento, com as encomendas que já tenho, será possível entregar entre 80 a 100 euros”, referiu Catarina Beirão.A maioria das encomendas que recebe é de fora de Viseu (sobretudo da zona de Matosinhos, Porto e Gaia) e surge através do Facebook e do “passa a palavra” entre as pessoas que vão conhecendo o projecto.As associações e particulares ajudados são de todo o país, “porque, infelizmente, os apelos e os maus tratos a animais surgem em todo o território”, lamentou.Desde maio, Catarina Beirão tem participado em “feirinhas”, com a sua amiga Eleonora Ferreira, do projecto “Cantinho da Li”, que também ajuda animais e ao qual a advogada foi buscar inspiração.Eleonora Ferreira, de 33 anos, psicóloga desempregada de Moimenta da Beira, faz peças de bijuteria em diversos materiais, revertendo 20% do valor a favor de “associações e protectores particulares que vão recolhendo os animais e precisam de ajuda”.“Agora vou aumentar para 30%, até porque estamos na época de Natal e penso que, com avolumar das encomendas, poderei ajudar mais”, disse a psicóloga.Depois das “feirinhas”, juntam o valor resultante das vendas e, em conjunto, oferecem-nos a quem mais precisa.Catarina Beirão e Eleonora Ferreira prometem dar continuidade aos seus projectos, para que mais animais possam beneficiar da bondade das pessoas.

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