Arquivo | 20-12-2013 13:10

Meio milhar em protesto nas ruas de Macau no aniversário da transição para a China

Cerca de 530 pessoas, segundo a polícia, manifestaram-se hoje em Macau, com reivindicações que incluíam melhores políticas para a habitação e o pedido de sufrágio universal nas eleições para o chefe do Executivo em 2019.No dia em que se comemora o 14.º aniversário da transição de Macau para a China, as manifestações organizadas por seis associações e grupos de cidadãos partiram de vários pontos da cidade, durante a tarde, e culminaram com a entrega de petições na sede do Governo.Mensagens como "os corruptos devem ser punidos e os incompetentes devem pedir a demissão" ou "distribuição de casas económicas para todas as pessoas de Macau" liam-se nalguns cartazes de manifestantes, que em vários momentos da marcha pacífica pediram a demissão da secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan, e do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Lau Si Io.Outros cartazes chamavam a atenção para a importação de mão-de-obra, para a indústria do jogo, e pediam tolerância zero para a violência doméstica.Ao atravessarem várias artérias da cidade, os manifestantes liderados pela Associação Novo Macau fizeram uma pausa em frente às instalações da Teledifusão de Macau (TDM) para protestar contra o serviço de informação do canal em língua chinesa, que acusaram de ser "muito harmonioso" e de "só passar boas notícias".A Associação Novo Macau, que nas contas do seu presidente Jason Chao juntou cerca de 750 pessoas, inventou um novo caracter chinês para chamar a atenção para a união de interesses entre empresários e representantes do Governo."É muito claro que as políticas públicas, nomeadamente na habitação, são bastante tendenciosas para favorecer os interesses dos promotores dos projectos públicos", disse Jason Chao.Após a entrega, no palácio do Governo, da petição a pedir o sufrágio universal para a eleição do Chefe do Executivo em 2019, a Associação Novo Macau realizou um género de assembleia popular ao ar livre, evento que designou como "O acordar da sociedade", convidando representantes da sociedade civil para expressarem as suas preocupações."Estávamos à espera de pelo menos 1.000 pessoas, mas infelizmente só tivemos 750 pessoas na manifestação. (?). Temos de trabalhar mais para informar os cidadãos da importância de um sistema político democrático e do sufrágio universal para as eleições do Chefe do Executivo e Assembleia Legislativa", disse Jason Chao, ao fazer o balanço dos protestos.Para o presidente da Novo Macau, "muitos cidadãos ainda não estão conscientes dos benefícios de um sistema democrático, ou não estão a par dos problemas que os residentes enfrentam"."Chui Sai On (chefe do Executivo) anunciou a distribuição de mais um chefe à população, no valor de 9.000 patacas (cerca de 825 euros) por cada residente permanente, mas sabemos que os cidadãos preferem ter casas do que os cheques", acrescentou, criticando a política de habitação pública e económica seguida pelo Governo.

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