Arquivo | 07-06-2014 18:08

Mestre de Capoeira em Macau defende que modalidade é meio de difusão da língua portuguesa

A capoeira "é um dos melhores meios de difusão da língua portuguesa", defendeu em Macau o mestre Eddie Murphy, quando a cidade se prepara para celebrar o décimo aniversário da presença da modalidade na China."A capoeira é a forma mais funcional de transmissão do português no mundo, pois a necessidade de entender os mestres e professores faz com que os participantes tenham interesse, e necessidade, de aprender o idioma" explicou Eddie Murphy.Responsável pela presença da modalidade na China, o mestre, como é tratado por quem assiste às aulas, explica que todos os "professores e mestres de capoeira são obrigados a aprender português por causa dos movimentos, das aulas e das músicas" e essa necessidade de aprender passa também para os alunos, disse ao salientar, por exemplo, que nos "convívios e encontros internacionais só se ouve português".Natural do Brasil, Edilson Almeida, o nome verdadeiro de Eddie Murphy, chegou a Macau em 2002 sem sequer desconfiar que iria assumir-se como o professor e mestre pioneiro de modalidade no outro lado do mundo."Fui convidado para fazer parte de um espectáculo em Hong Kong e depois tudo aconteceu de uma forma natural. Em 2004 consegui começar a dar aulas, e agora, dez anos mais tarde estamos a organizar o II Encontro Internacional e Cultural de Capoeira, aqui em Macau", disse, não escondendo o orgulho e felicidade sentida."Recordo-me bem do momento em que cheguei, a capoeira era uma coisa totalmente desconhecida para os chineses e, por isso, não foi fácil conquistá-los", partilhou ao explicar que, na sua opinião, "o que leva as pessoas a procurarem a modalidade é a necessidade de se sentirem alegres".Actualmente, o mestre e presidente da Associação Desportiva e Cultural de Capoeira em Macau, conta com mais de 80 alunos, de "variadíssimas nacionalidades", divididos em três escalões: crianças, adolescentes e adultos. As celebrações do aniversário da modalidade no país decorrerão entre 13 a 15 deste mês e contarão com a participação de dez mestres de capoeira oriundos de Singapura, Suíça, Angola, Estados Unidos, China, Filipinas, Brasil, Rússia, Malásia e Canadá."O ano passado organizámos uma aula aberta na praia, mas nesta edição decidimos fazer tudo no mesmo local, estarão disponíveis ‘workshops' apresentados pelos mestres convidados", contou, acrescentando que no evento será ainda possível assistir ao lançamento do disco professor, autor e cantor Mestre Barrão.O convívio de 2014 ficará também marcado por um momento muito emocionante, de homenagem a um jovem professor angolano, o Mestre Sukuri, que perdeu a vida num acidente rodoviário durante o encontro mundial de capoeira no Brasil, em 2012."Foi um dia profundamente triste porque o Mestre Sukuri era uma pessoa muito especial para nós e era suposto estar aqui, connosco, este ano. Infelizmente não é possível, mas estará presente em nossas mentes e corações", disse ao assegurar que o "encontro será dedicado a ele".Levada para o Brasil pelos escravos africanos, a capoeira surgiu como forma de defesa misturando dança com luta, através de movimentos ritmados, ao som de instrumentos de sopro, percussão e cordas oriundos de África como o berimbau, pandeiro, caxixi, atabaque.

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