Crónicas do Brasil | 29-03-2016 21:44
Santa Rosa
Homem de vida breve, Santa Rosa (1909-1956) transitou por quase todas as artes e em tudo deixou a marca do talento e de uma dedicação integral.
O novo livro de Luís Bueno, Capas de Santa Rosa (Ateliê/SESC, 2015), estuda os primórdios do moderno desenho gráfico de livros no Brasil, entre as décadas de 1930 e 1950, na figura do multifário Tomás Santa Rosa. É tema que aguardava o seu historiador e hoje vem acompanhado de uma prodigiosa iconografia. Há mais ou menos uma década ouvi Luís Bueno comentar sobre o início da pesquisa, realizada enfim com o mesmo afinco e qualidade de seu livro anterior, o seminal Uma história do romance de 30 (Edusp/Unicamp, 2006). Esse primeiro livro pavimentou o caminho que o conduziu a este recém-publicado ensaio sobre Santa Rosa. Homem de vida breve, Santa Rosa (1909-1956) transitou por quase todas as artes e em tudo deixou a marca do talento e de uma dedicação integral. Apaixonado por música, pintura, desenho e cenografia, escreveu ensaios especializados e se dedicou à literatura infantojuvenil; como professor de desenho e pintura, orientou dezenas de artistas. Em crônica de 1956, Rubem Braga ponderou que Santa Rosa era sobretudo o artista amoroso da vida e das mulheres. E é certo que tinha o gosto do convívio, esse indispensável combustível da arte. Mas só alcançou talvez a sua vocação plena ao atuar como capista e diagramador de livros no incipiente Brasil da primeira metade do século XX. Se não chegou a grande pintor, algo que muitos de sua geração esperavam dele, fez-se o imenso artista gráfico que mal começamos, agora, a descobrir, um artista estupendo. Assim Luís Bueno cuidou de contar, com os detalhes biobibliográficos necessários, as façanhas dessa figura múltipla que atendia pelo nome de Tomás Santa Rosa.
Mais Notícias
A carregar...