Desporto | 03-11-2015 08:15

Cartaxo há mais de um ano sem perder em casa

Estádio Municipal tem-se revelado uma fortaleza e os resultados fora também começam a aparece. Sem derrotas no campeonato distrital de seniores, o Cartaxo torna-se um candidato (não assumido) à subida, feito que seria histórico pelo facto da equipa sénior ser totalmente composta por jogadores formados no clube.O Sport Lisboa e Cartaxo está a fazer história no campeonato distrital da 1ª divisão da Associação de Futebol de Santarém. O clube comemorou este mês de Outubro um ano sem perder em casa e os bons resultados no Estádio Municipal sucedem-se."Há coisas que não conseguimos explicar e esta é uma delas. Já esta época, quando fui a dar por isso, lembrei-me que já não perdíamos em casa desde a terceira jornada do ano passado. Isto acima de tudo passa pela mística que está aqui entranhada. No entanto, se não houver trabalho, se não houver jogadores de qualidade, a mística só por si não chega", diz o treinador André Luís, 33 anos, a cumprir a terceira época nos seniores, depois de ter orientado os juniores.O presidente do clube é Paulo Magro, que lidera uma comissão administrativa há três anos e que concretiza um pouco mais sobre os motivos do sucesso: "O que lhe posso dizer de tudo isto é realçar o bom trabalho do treinador e o bom trabalho do coordenador. E depois, uma das preocupações quando iniciámos o projecto foi a de ir buscar jogadores formados no Cartaxo, que tivessem amor pelo clube, que tivessem a mística, e criar aqui um grupo de amigos e não só um grupo para jogar ou treinar", afirma o dirigente, acrescentando também que são raras as faltas aos treinos e que isso também ajuda.O Cartaxo está a fazer um início de época surpreendente. Em sete jornadas ainda não perdeu e está no segundo lugar, a dois pontos do Fátima. Um cenário que permite pensar que o clube é candidato à subida de divisão. A questão é, no entanto, tratada como muita cautela. "O nosso principal objectivo não é a subida de divisão, mas se no fim fizermos as contas e for esse o caso, vamos analisar a situação. Não vamos deixar de ganhar jogos por causa disso", diz Paulo Magro. "Acima de tudo somos candidatos a ganhar todos os jogos. Não somos mais candidatos se dissermos que somos mas também não somos menos se dissermos que não somos", refere por sua vez André Luís.Quanto aos jogadores, a cautela também impera. O capitão Tiago Dias diz que o pensamento é "domingo, a domingo, final a final", mas sempre deixa escapar que tem o sonho de subir de divisão e de ganhar a Taça do Ribatejo. Já o sub-capitão Bernardo Oliveira diz que o objectivo é "estarmos o mais perto possível do primeiro classificado e ganhar o máximo de pontos possível".Quanto aos factores que levam ao bom desempenho, Tiago Dias explica: "É um trabalho que vem a ser feito há algum tempo e que agora está a dar os seus frutos, derivado ao nosso trabalho diário, à competência da equipa técnica que puxa por nós, à mística que vamos trazendo novamente para o clube e também aos jogadores. Em casa conseguimos levar para dentro de campo a nossa determinação e união e agora também estamos a conseguir isso fora".A formação e as finançasA base do projecto do Cartaxo é a formação, que, segundo o coordenador do futebol do clube, o professor Luís Salgueiro, "está bem e recomenda-se". O professor assume que a formação do clube é uma das melhores da região, juntamente com a do CADE, Académica de Santarém e Núcleo Sportinguista de Rio Maior, mas estabelece uma diferença essencial: "Destes quatro, o único que tem seniores é o Cartaxo. O nosso orgulho é este. Somos os únicos que realmente têm uma formação com o objectivo de chegar ao topo". E essa situação efectivamente verifica-se. Segundo Paulo Magro, a equipa sénior do Cartaxo é composta exclusivamente por jogadores formados no clube. "É um orgulho tremendo", assume André Luís. "Podíamos ter ido buscar jogadores de fora mas optámos por valorizar os da casa. Para se ir buscar jogadores de fora, têm de ser uma mais-valia, têm de ser muito melhores que os que aqui estão".A aposta na formação também tem a ver com as dificuldades financeiras. Paulo Magro diz, no entanto, que "está tudo pago" e que o clube "não tem dívidas": "Vive-se o dia-a-dia. Amanhã aparece uma factura e nós arranjamos dinheiro para pagar. Agora vivemos com mais dificuldades porque perdemos o Campo das Pratas, de onde tirávamos alguns rendimentos. Tivemos de nos virar para outras formas de arranjar dinheiro, como fazer mais eventos", explica.

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