Economia | 09-03-2005 17:36

Empreendimento turístico aprovado a quatro dias das eleições

O presidente da Câmara Municipal de Benavente disse hoje à Agência Lusa lamentar a altura escolhida pelo governo cessante para viabilizar um empreendimento turístico no concelho que implicará o corte de 2.605 sobreiros.António José Ganhão (CDU), cuja autarquia considerou o projecto da Portucale de grande importância para a economia da região, disse à Lusa lamentar o timing escolhido para a publicação do despacho conjunto dos ministros da Agricultura, Ambiente e Turismo, quatro dias antes das eleições, quando houve tempo para o fazer ao longo do mandato.Assegurando que a autarquia não exerceu qualquer tipo de pressão, António Ganhão disse compreender que o empreendedor, tendo um alvará de loteamento aprovado há mais de uma década, o tenha feito."Não está em causa a legitimidade da decisão, mas sim o timing escolhido", disse, lamentando a publicação do despacho conjunto dos ministros da Agricultura, Costa Neves, Ambiente, Nobre Guedes, e Turismo, Telmo Correia, quatro dias antes das eleições de 20 de Fevereiro último.O despacho conjunto, publicado terça-feira em Diário da República, considera o empreendimento turístico da Portucale de "imprescindível utilidade pública e de relevante e sustentável interesse para a economia local, na medida em que constitui um factor de desenvolvimento local e regional que pode permitir a criação de um considerável número de postos de trabalho numa zona em que a população, geralmente trabalhadora rural, enfrenta grandes dificuldades na obtenção de emprego, particularmente nas camadas mais jovens".Para o autarca, esta situação é inegável e o conceito de utilidade pública deve, no seu entender, incluir a criação de emprego e a dinamização da economia local e regional."Este processo tem barbas, já devia estar resolvido", afirmou António José Ganhão, sublinhando o facto de o empreendimento se ir localizar perto do nó de Santo Estevão da A13, "onde se verificou uma autêntica razia desnecessária de sobreiros, provavelmente por falta de controlo".Por outro lado, o empreendedor tinha 10 mil sobreiros envasados, prontos a serem plantados onde o Ministério da Agricultura indicasse, como compensação pelos 2.605 que serão abatidos, disse.O projecto da Portucale, Sociedade de Desenvolvimento Agro-Turístico, ligada ao grupo Espírito Santo, prevê a construção de moradias, um hotel, dois campos de golfe, centro hípico, uma barragem, um campo de tiro, na Herdade da Vargem Fresca, que tem cerca de 510 hectares.

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