Economia | 26-05-2009 20:06

Trabalhadores da Platex receberam salário e suspenderam bloqueio

Trabalhadores da Platex receberam salário e suspenderam bloqueio
Os trabalhadores da IFM/Platex, em Valbom, Tomar, receberam esta terça-feira a totalidade do seu salário e, por este motivo, desmobilizaram o bloqueio que mantinham há mais de uma semana em frente às instalações da empresa. A IFM pode, deste modo, legalmente, entrar em “lay-off” (suspensão temporária do trabalho) por seis meses. Segundo O MIRANTE apurou, a empresa terá conseguido desbloquear alguma verba resultante de encomendas entregues. No âmbito do “lay-off”, a empresa decidiu colocar 100 trabalhadores a laborar 15 dias, enquanto outros 100 ficam em casa, trocando-se os grupos no final de 15 dias. Os restantes 26 trabalhadores (de um total de 226) continuariam a laboral normalmente nas áreas da portaria, refeitórios e na ETAR. O comunicado emitido pela administração da empresa, ao final da tarde de terça-feira é tácito: “Encontra-se completamente regularizada a situação salarial, na I.F.M. – Indústria de Fibras de Madeira SA”. Segundo o documento, o pagamento dos salários em atraso “ultrapassa a questão que motivou o conflito que teve início a 18 de Maio”. A administração espera agora que os trabalhadores “dêem mostras do seu empenho na garantia da continuidade da Empresa e da preservação dos seus postos de trabalho”.Recorde-se que o Ministério do Trabalho requereu à autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) a fiscalização da aplicação do “lay-off” na Platex. A medida foi tomada depois de uma reunião que teve lugar no dia 25 entre o delegado do Sindicato da Construção e Madeiras do Sul, João Serpa e assessores do secretário de Estado do Emprego. Foi neste dia que cerca de 120 trabalhadores se deslocaram a Lisboa em manifestação. O administrador da empresa pediu uma ajuda de cinco milhões de euros para viabilizar a Platex/IFM, mas os assessores do Ministério da Economia que receberam a delegação de trabalhadores disseram que a solução passa pelos accionistas da empresa, pelos credores, como o banco BES, e pelo Estado. Na sexta-feira, os trabalhadores receberam duas tranches no total de 650 euros mas alegavam que a quantia não era suficiente para cobrir a totalidade do ordenado em dívida. “Só 65 trabalhadores é que receberam o ordenado por inteiro”, esclarecia, na ocasião, o sindicalista Aquilino Coelho. A situação causou algum mal-estar entre os trabalhadores que falaram em “desigualdade de tratamento”. Na terça-feira, quando receberam a totalidade dos salários, os funcionários rejubilaram. Voltam a reunir em plenário no dia 5 de Junho.Administração considera que conflito é “desproporcional” Antes de proceder à liquidação total dos salários, a administração da IFM tinha emitido um primeiro comunicado, onde considerava que “a radicalização deste conflito é manifestamente desproporcionada”. A administração criticou ainda o facto dos trabalhadores terem bloqueado a entrada e saída de veículos desde o dia 18 de Maio. “Foi impedida a saída de camiões já carregados, para entrega de mercadoria aos clientes, foi também impedida a saída de outros trabalhadores nos carros com que desenvolvem o seu trabalho comercial” ressalvam, acrescentando que “tudo farão para que a empresa volte a ser viável”.

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