Trabalhadores das Carnes Nobre protestam por aumentos salariais
Está previsto um encontro com a presidente da Câmara de Rio Maior, Isaura Morais.
Os trabalhadores da Carnes Nobre, em Rio Maior, cumprem esta quinta-feira, 8 de Março, uma paralisação e manifestam-se em frente às instalações da empresa para reivindicarem um aumento salarial de 50 euros e a integração da hora do almoço no horário de trabalho.
Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB) afirma que a greve e a concentração agendada para a tarde de hoje em frente à Academia Nobre, seguida de deslocação até à Câmara de Rio Maior, se devem ao facto de os trabalhadores não serem aumentados “há vários anos”.
Segundo o SINTAB, foi apresentado um pré-aviso de greve para o período das 12h00 às 24h00, “de forma a permitir a participação dos trabalhadores na iniciativa acordada em plenário”, estando previsto um encontro com a presidente da Câmara de Rio Maior, Isaura Morais.
Numa nota, a União dos Sindicatos de Santarém (CGTP-IN) afirma que este encontro vai “no sentido dessa entidade agir de forma a influenciar o Grupo Campo Frio a ter emprego de qualidade no concelho”.
“Esta tomada de posição por parte dos trabalhadores e do sindicato que convocou o protesto, visa denunciar algumas das situações pouco dignas que se vivenciam no quotidiano dos trabalhadores daquela empresa”, refere a nota.
A USS afirma que os trabalhadores reivindicam “melhores salários, o cumprimento da lei no que diz respeito aos horários de trabalho e atribuição de horas de amamentação a trabalhadoras lactantes, a redução dos vínculos de trabalho precários”.
A empresa remeteu uma reacção para a Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC), de que a Nobre Alimentação é associada.
Numa “nota de esclarecimento”, a APIC declara que, nos últimos anos, têm sido desenvolvidos esforços para a existência de tabelas salariais “que permitam um nivelamento salarial devidamente ajustado às funções”.
Afirmando defender o diálogo social, a APIC apela ao “sentido de responsabilidade dos sindicatos para que neste processo sejam encontradas as soluções mais adequadas para o sector e para os seus trabalhadores”, sublinhando ser sua missão “assegurar a competitividade necessária para que o sector continue a crescer dentro e fora do país”.
“Os associados da APIC empregam cerca de 6.600 trabalhadores e mantêm o seu forte compromisso com a valorização da dignificação de todos os seus colaboradores”, acrescenta.
O protesto dos trabalhadores das Carnes Nobre insere-se na “semana de luta pela igualdade de géneros”, promovida pela CGTP-IN, sendo uma das 17 acções agendadas para hoje em vários pontos do país com o tema da discriminação salarial, da precariedade laboral, das doenças profissionais, do assédio, da maternidade e paternidade e da conciliação do trabalho com a vida familiar e pessoal a servir de mote aos diversos plenários e iniciativas de rua previstas.