Economia | 17-05-2019 12:30

Nersant celebra 30 anos com homenagens e críticas às políticas nacionais

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30 anos da Nersant

Presidentes da direcção e directores executivos com a funcionária mais antiga da associação

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30 anos da Nersant

Sócios fundadores receberam medalha de mérito

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30 anos da Nersant

Autarcas e ex-autarcas receberam medalhas pelo trabalho de parceria

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30 anos da Nersant

Membros da direcção da Nersant homenageados

Perante cerca de 400 convidados, entre empresários, autarcas e muitas outras entidades, a presidente da associação, Maria Salomé Rafael, apontou as dificuldades com que o tecido empresarial se debate e deixou recados ao Governo.

A presidente da Nersant – Associação Empresarial da Região de Santarém aproveitou o jantar comemorativo dos 30 anos da associação para deixar vários recados ao Governo sobre as fragilidades e constrangimentos com que o tecido empresarial da região se debate. A incerteza das politicas laborais e a elevada carga fiscal, que chega a inviabilizar o arranque de muitas empresas, foram algumas das críticas apontadas pela responsável e que foram ouvidas pelo secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, na noite de 8 de Maio no Convento de S. Francisco, em Santarém.

Perante mais de 400 empresários e de muitos antigos e actuais autarcas, Maria Salomé Rafael defendeu os interesses dos cerca de 2.800 empresários associados da Nersant e apontou ainda as dificuldades de aquisição de financiamento bancário e a falta de mão-de-obra qualificada como outros obstáculos com que, diariamente, os empresários se deparam.

Num discurso escrito, com mais de 20 minutos, Miguel Cabrita nada trouxe de novo ou de estímulo aos empresários presentes no jantar comemorativo. Inovar, diversificar o produto, formar mão-de-obra e recuperar os emigrantes qualificados foram, mais uma vez, os chavões que o Governo trouxe até Santarém.

Com um novo quadro comunitário à porta, concretamente o Portugal 2030, sobre o qual a Nersant tem já olhos postos para captar financiamento, Maria Salomé Rafael foi taxativa ao apontar o início de um novo ciclo da política, onde há decisões que têm que ser tomadas, nomeadamente ao nível da gestão do território e na captação de fundos comunitários. A presidente da direcção da Nersant deixou o alerta: “estas decisões não devem resultar em nenhuma decisão unilateral, à saída de uma qualquer reunião, mas antes tomadas ao momento”.

Noite de homenagens
Os 30 anos da Nersant serviram ainda de mote para homenagear algumas personalidades com a atribuição de três medalhas de ouro da associação a Luís Mira Amaral, ex-ministro da Indústria e Energia, e aos dois ex-presidentes da direcção da associação, José Eduardo Marçal, que exerceu o cargo entre 1989 e 1993, e José Eduardo Carvalho, presidente da direção entre 1993 e 2011.

A medalha de mérito empresarial foi ainda atribuída a Jorge Lacão e Miguel Relvas, ambos na qualidade de ex-governantes, e a Moura de Campos, ex-gestor do Programa Operacional da Região de Lisboa e Vale do Tejo.
Os 16 sócios-fundadores foram homenageados com a medalha de mérito empresarial. A mesma distinção foi atribuída aos secretários-gerais Joaquim Serrão, Octávio Oliveira, Filipe Martins, António Campos e Pedro Félix e à colaboradora mais antiga, em nome de toda a equipa da Nersant.

Pelas parcerias estabelecidas ao longo destas três décadas no desenvolvimento de infra-estruturas fundamentais ao desenvolvimento económico da região, foram ainda consagrados os antigos e actuais autarcas dos municípios de Torres Novas, Chamusca, Cartaxo, Abrantes, Benavente, Ourém e Santarém.

A título póstumo, e pelo empenho e trabalho realizado em prol da competitividade regional, foi atribuída a medalha de mérito empresarial a António Fonseca Ferreira, recebida pelo sobrinho, André Fonseca Ferreira, e a Carlos Cunha, recebida pelas filhas Ana e Paula Cunha.

Luís Mira Amaral, ex-ministro da Indústria e Energia

Mira Amaral: “Os momentos mais estimulantes enquanto ministro foram vividos aqui”

Ministro da Indústria e Energia entre 1987 e 1995, altura em que a Nersant dava, em Torres Novas, os primeiros passos, corria o ano de 1989, Luís Mira Amaral recordou que os momentos mais estimulantes e felizes da sua carreira enquanto ministro foram passados no distrito de Santarém. “Houve naquela altura uma cumplicidade muito grande entre o ministério e a Nersant, foram dias de trabalho muito intensos, mas muito felizes”, referiu.

José Eduardo Carvalho, ex-presidente da Nersant

José Eduardo Carvalho: “Esta é a melhor associação empresarial do país”

Após de 18 anos aos comandos da Nersant, o actual presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), considera que a Nersant é a melhor associação empresarial regional do país, com a melhor equipa e a melhor estratégia. Neste contexto José Eduardo Carvalho recordou o conceito de competitividade regional, que considera ter sido crucial para a Nersant e que foi adoptado durante a sua direcção. “Foi uma orientação estratégica que seguimos e que se tornou vencedora, foi muito difícil de incutir, mas foi uma estratégia vencedora, porque marcava pela diferença e a Nersant ganhou muito” em termos de crescimento com esse objectivo delineado.

José Eduardo Marçal, presidente da primeira direcção da Nersant

José Eduardo Marçal: “Nersant abriu uma porta de esperança aos empresários”

Para José Eduardo Marçal, presidente da primeira direcção da Nersant, esta associação criou no seio do fraco tecido empresarial da altura, uma porta de esperança e uma janela de oportunidades. “A Nersant era vista como um lugar de inclusão, de apoio e de oportunidades” para os empresários que queriam crescer. Olha o passado com nostalgia e orgulho pelo trabalho feito, e sublinha que a associação soube reiventar-se e é hoje uma “realidade notável” a nível nacional.

30 anos de Nersant numa noite para recordar

Os festejos dos 30 anos da Nersant reuniram diversas personalidades da região. No Convento de S. Francisco primou um ambiente de glamour e requinte. Vestidos a rigor, alguns dos convidados fizeram-se acompanhar pelos seus cônjuges, que poucas vezes são vistos em actos públicos.
Empresários, autarcas e ex-autarcas, bem como representantes das várias instituições e entidades da região quiseram marcar presença e encheram o Convento de São Francisco que se vestiu de encarnado e branco para receber cerca de 400 pessoas.
Um jantar demorado, que teve início pelas 19h30 horas, e terminou já passava da uma da madrugada.
Como uma verdadeira gala, houve direito a passadeira vermelha com fotos aos convidados. A apresentação foi feita pela pivot da SIC Ana Patrícia Carvalho.
Os momentos musicais estiveram a cargo da cantora lírica Hélia Castro, médica bem conhecida em Santarém.
As mesas foram colocadas com pouca estratégia. O espaço entre as mesas era pouco; as pessoas mal conseguiam movimentar-se se se quisessem levantar, e até o serviço de quem serviu os convidados foi feito com grande dificuldade. Num ambiente de romantismo, à luz das velas, a Nersant comemorou os 30 anos de existência numa noite para recordar.

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