Educação | 18-08-2018 12:12

Governo corta financiamento ao Colégio Infante Santo

No próximo ano lectivo já não vai ter turmas de 5º nem 7º ano de escolaridade.

O Colégio Infante Santo, na freguesia de Tremês, Santarém, ficou fora da lista definitiva dos estabelecimentos de ensino particular e cooperativo que vão beneficiar de contrato de associação com o Ministério da Educação no próximo ano lectivo (2018/2019). Uma medida que significa o fim do financiamento do Estado a turmas de início de ciclo (no caso, as de 5º e 7º ano) desse colégio pelo menos nos próximos três anos. As turmas dos 6º, 8º e 9º anos continuam a ser financiadas. Refira-se que as escolas particulares recebem 80 mil euros anuais do Estado por cada turma financiada.

Esse cenário já se adivinhava desde que se soube que o Colégio Infante Santo, fundado em Setembro de 1999 com o nome de Instituto Educativo do Ribatejo, ficou excluído da “área geográfica carenciada de rede pública escolar” definida no despacho da secretária de Estado adjunta e da Educação, datado de 15 de Junho de 2018.

O MIRANTE sabe que o fim do financiamento estatal às turmas de 5º e 7º ano do colégio de Tremês levou à quebra acentuada de matrículas nesses anos, que não vão funcionar no próximo ano lectivo. Quem ganhou com isso foram as escolas públicas mais próximas, em Santarém, Alcanede e Pernes. A vice-presidente da Câmara de Santarém, Inês Barroso (PSD), referiu que a rede de ensino público deu resposta a esse aumento da procura mas que a situação obrigou a acertos na rede de transportes escolares, em articulação com a Rodoviária do Tejo.

O município chegou também a pedir uma reunião à secretária de Estado da Educação para se falar sobre o futuro do Colégio Infante Santo, mas não obteve qualquer resposta. Inês Barroso considera que a forma como estas mudanças foram comunicadas pelo Governo “podia ter corrido melhor” e atempadamente, pois apanhou de surpresa a instituição de ensino e a própria autarquia.

Assunto agitou PSD de Santarém
O assunto já tinha dado que falar em Junho passado, quando causou divisões internas na concelhia do PSD de Santarém sobre a forma como o partido se devia posicionar. O MIRANTE soube que alguns dirigentes quiseram avançar para um comunicado a criticar o Governo socialista por acabar com o financiamento a esse colégio particular. Mas o presidente da concelhia e da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, pôs água na fervura, impedindo uma reacção a quente. Até porque no outro prato da balança estão as escolas públicas de 2º e 3º ciclos do concelho concorrentes do Colégio Infante Santo, que têm vindo a perder alunos de ano para ano.

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