Entrevista | 15-03-2012 08:53

“Estou desiludido com o caminho tortuoso que Moita Flores nos vai deixar”

“Estou desiludido com o caminho tortuoso que Moita Flores nos vai deixar”
Foi presidente da Assembleia Municipal e vereador da Câmara de Santarém, presidente de junta de freguesia e dirigente concelhio e distrital do PSD. Recentemente voltou à política activa. Sem grandes floreados verbais e terra a terra como sempre, Eurico Saramago confessa-se desiludido com Moita Flores, de quem foi um dos principais apoiantes, e teme o legado que o autarca vai deixar na autarquia escalabitana.Em 2005 envolveu-se fortemente no apoio a Moita Flores como candidato à Câmara de Santarém. Porquê?Apoiei-o numa perspectiva que era a de uma passagem fugaz por cá, pois ele dizia que não tinha jeito para ser presidente de câmara. De facto empenhei-me durante um ano e meio no projecto, mas depois, com alguma desilusão, tive de me afastar.Quando surgiu essa desilusão e por que razão se afastou?Essa desilusão acentuou-se no dia do almoço de aniversário do doutor Isabelinha, quando tive conhecimento da nomeação de uma determinada pessoa para a empresa Águas de Santarém. Um projecto com o qual também não concordei muito, pois Santarém podia hoje liderar a empresa Águas do Ribatejo que era um projecto mais abrangente.Só por causa de uma nomeação decidiu deixar de apoiar Moita Flores?Essa foi mais uma das coisas que achei que estava mal. Foi a gota de água que fez transbordar o copo. Mas já tinha dito ao dr. Moita Flores que me ia afastar devido à forma como ele estava a tratar as pessoas de Santarém.A tratar de que forma?Acintosamente, como aconteceu por exemplo com o Carlos Rodrigues, que é das poucas pessoas, do meu ponto de vista, interessada pela cidade e pelo concelho. Costumo dizer-lhe que ele levanta a caça mas depois não é capaz de a matar. Quando decidiu apoiar Moita Flores como candidato do PSD em Santarém achou que na altura não havia no seu partido em Santarém quem pudesse ganhar a câmara ao PS?Esta semana disse a alguém que é mais difícil nesta conjuntura ser dona de casa do que ser presidente de câmara. Porque a dona de casa só tem o orçamento familiar para se servir. Vejo em Santarém algumas pessoas, de vários partidos, que poderiam dar bons presidentes de câmara. Mas o caminho vai ser tortuoso a partir daqui.Está desiludido com a prestação de Moita Flores enquanto autarca?Estou desiludido com o caminho tortuoso e apertado que nos vai deixar, na medida em que a câmara devia 55 milhões de euros quando ele chegou e agora deve à volta de 100 milhões. Não sei como estão os processos do ex-presídio militar, do antigo IVV, do convento das Donas, que a câmara quer passar para a sua posse. Noto que a câmara anda um bocado à deriva.* ENTREVISTA COMPLETA NA EDIÇÃO SEMANAL DE O MIRANTE.

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