Entrevista | 18-10-2013 00:30

O padre de Alverca que se sente tão bem na cidade que nem tem saudades de casa

O padre de Alverca que se sente tão bem na cidade que nem tem saudades de casa

O padre Giovanni Musazzi está em Alverca há quase cinco anos e diz que tem tido muito apoio da população. Preocupa-o o medo que as pessoas têm do futuro e reconhece que a igreja não é a solução para todos os males da sociedade. Defende que se uma pessoa tem de trabalhar 12 horas então deve fazê-lo mas alerta que a realização pessoal não tem a ver com o que se produz.

Giovanni Musazzi é o padre italiano que há quase cinco anos dirige a paróquia de Alverca. Onde se sente como em casa ao ponto de dizer que não tem saudades da sua terra natal. Com a crise há mais gente a procurar a igreja mas o padre desmistifica esta afluência repentina. Giovanni diz que estas pessoas não são movidas pela fé mas pelas dificuldades. Há mais pobres à procura de apoio a quem passa ao lado as questões espirituais. "O que me preocupa é o medo que as pessoas têm. O medo da doença, o medo do futuro", salienta ao mesmo tempo que observa que a sociedade está mais interessada em resolver as urgências da vida quotidiana do que em se focar nas grandes razões da vida", salienta o pároco. Realçando que nestes tempos tem que se procurar uma maneira equilibrada de viver. "Sou o primeiro a dizer que se um homem tem que trabalhar 12 horas por dia, então terá que trabalhar. No entanto, não se pode pensar que o trabalho é a vida", refere explicando que a realização pessoal, nada tem a ver com aquilo que se é capaz de produzir.Giovanni diz que a Igreja pode contribuir para a realização pessoal do ser humano mas reconhece que ela não é a solução para tudo. "Se uma pessoa tem um problema espiritual eu posso ajudar, agora se tem um problema psicológico ou uma dor de dentes eu só posso acompanhar e encaminhá-la para o sítio correcto", explica. O padre acredita que a Igreja tem que se renovar e tem que existir uma alteração nas formas de comunicação. "Eu não posso falar com uma pessoa no português de 1500 porque ninguém o entenderá. Tenho que falar com o português actual para que elas me percebam".Impressionado com o apoio e colaboração dos habitantes de Alverca e também do Sobralinho e Calhandriz, onde também faz o seu trabalho de padre, Giovanni Musazzi diz que "em Alverca mistura-se uma grande expansão industrial com um contexto completamente rural. * Entrevista completa na edição semanal de O MIRANTE.

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