Entrevista | 18-11-2016 19:36

"Salvaterra precisa da falcoaria como símbolo para desenvolver turismo"

"Salvaterra precisa da falcoaria como símbolo para desenvolver turismo"
ENTREVISTA

Nesta 2ª parte da entrevista presidente da Câmara de Salvaterra fala das obras, do Tejo e de como tem gerido o município.

Nesta segunda parte da entrevista, o presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, Hélder Esménio, fala das obras, do Tejo e de como tem gerido o município. Com poucos recursos e fundos comunitários que tardam em aparecer, o autarca tem conseguido fazer algumas obras e está à espera de avançar em breve com o centro escolar de Foros de Salvaterra. Esménio quer apostar no turismo mas critica a burocracia à volta do ordenamento do território que impede a criação de estruturas junto ao rio. A candidatura da Falcoaria a património mundial é uma aposta para criar um símbolo que pode extravasar as fronteiras nacionais e espera-se que isso contribua para mais dinheiro na economia local e mais emprego.

Está satisfeito com o investimento da Águas do Ribatejo no concelho de Salvaterra de Magos?

Investiram no nosso concelho quase 15 milhões de euros em três anos. É um volume muito significativo e jamais teríamos capacidade de o fazer. Na área do saneamento é preciso mais investimento porque somos um concelho disperso com milhares de pessoas sem saneamento. Temos que tentar convencer a empresa a fazer este investimento, porque a nossa cobertura está muito aquém da média da Lezíria.

Quando é que o concelho tira mais partido das potencialidades do Tejo?

O Tejo tem muitas virtualidades mas também tem muita gente que o tem tratado mal. Enquanto tivermos empresas com falta de visão estratégica a poluir o rio, temos alguma dificuldade em criar produtos em torno do Tejo. Este concelho tem uma estrema que é toda com o Tejo e temos tratado bem o rio, tratando todos os esgotos e temos feito um trabalho de milhares de euros na limpeza das margens.

Uma questão é tratar do Tejo outra é tirar partido dele.

Mas só se consegue tirar partido do Tejo se primeiro tratarmos dele. Ao cuidarmos dele passámos a oferecer à população e a quem nos visita um miradouro natural que é o Bico da Goiva, revitalizámos a praia doce, que tem tido uma afluência de pessoas como nunca teve. No Escaroupim reabilitámos a escola primária para um museu ligado ao local e ao rio, que vai abrir este ano. Com o rancho folclórico do Escaroupim estamos a cuidar da sua sede para ser um museu vivo da cultura avieira, um espaço com gente e com etnografia. Estamos a dar passos para envolver o parque de campismo, junto ao rio, nesta dinâmica.

Não sente que existe muita burocracia para se poder fazer alguma coisa no rio?

Vivemos num país com um ordenamento proibitivo junto ao Tejo. Não se pode fazer nada junto ao rio. Toda a baixa de Lisboa é zona inundável e é possível construir o que se construiu na zona mas os pequenos municípios, que querem tirar partido dos espaços, que querem ter mais restauração junto ao rio, que querem fazer uma pequena unidade hoteleira ou criar estruturas para chamar visitantes, não podem fazer nada. Neste momento a nossa oferta é um parque de campismo e desta forma só podemos dizer às pessoas: "traga uma tenda e venha para o Tejo".

A candidatura da falcoaria a património mundial está no bom caminho?

Acreditamos que vai ter sucesso. Tenho muita esperança porque isso abria a possibilidade de continuarmos a divulgar o concelho e em particular a falcoaria real. Temos um dos poucos edifícios da Europa que foi construído efectivamente para ser uma falcoaria e esse património com a classificação de património da humanidade ajuda a termos mais visitantes, logo mais turismo.

Salvaterra precisa desta classificação para ter um símbolo que extravasa a importância local e regional.

Há municípios da região que têm apostado, por exemplo, ou na sopa da pedra ou no cavalo, e nós queremos apostar na falcoaria, como forma de cativar visitantes também para outras ofertas turísticas, como a aldeia avieira de Escaroupim, o rio Tejo. Precisamos que as pessoas entrem em Salvaterra de Magos pela porta da falcoaria, um produto que pode ter escala nacional com o objectivo também de ser internacionalizado.

E quais são os ganhos que espera com esta aposta?

Se há mais oferta também pode haver investimento na oferta hoteleira, mais divulgação e comercialização de produtos locais. Tendo mais visitantes temos mais injecção de dinheiro na economia local, mais emprego e mais oportunidades para a criação de empresas. Este concelho é essencialmente agrícola e juntando a dinamização deste sector ao turismo temos algum potencial.

* Entrevista completa na edição semanal de O MIRANTE.

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