Entrevista | 22-04-2017 10:06

Recrutamento de voluntários para os bombeiros é cada vez mais difícil

Recrutamento de voluntários para os bombeiros é cada vez mais difícil

Carlos Gonçalves é presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Santarém.

É bombeiro há quarenta anos, 25 deles como comandante, primeiro em Vila Nova da Barquinha e agora em Tomar. Cumpre também o seu terceiro mandato, e à partida último, como presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Santarém. Carlos Gonçalves, 56 anos, diz que o recrutamento de voluntários é cada vez mais difícil, pelos requisitos exigidos, pela saída dos jovens das suas terras de origem e pelas inúmeras solicitações dos tempos actuais.

Os bombeiros constituem provavelmente a classe profissional mais bem vista no nosso país. É uma responsabilidade acrescida para quem enverga essa farda?

Não diria que seja uma responsabilidade acrescida. A nossa missão, por si só, já é reconhecida pelas pessoas, até porque o cidadão, muitas vezes, em situações de infortúnio em que já não sabe a quem recorrer, acaba por nos vir bater à porta. E os bombeiros estão sempre disponíveis para isso, mesmo em situações que não estão bem dentro da nossa área.

Ainda vos aparecem pessoas a pedir para irem tirar o gato de cima da árvore, por exemplo?

Acontece com frequência. E também nos aparecem muitas solicitações relacionadas com a vespa velutina. Felizmente ainda não chegaram a esta região, mas basta por vezes uma abelha ter uma configuração um bocadinho diferente para as pessoas ficarem preocupadas. E acabamos por ir sempre avaliar.

Essa imagem romântica dos soldados da paz ajuda ao recrutamento de voluntários ou há dificuldade em arranjar pessoal?

No panorama global vive-se uma crise bastante complicada. Torna-se difícil atrair a juventude hoje para esta causa. Há um conjunto de pré-requisitos para se ser bombeiro que diminuiu o nosso campo de recrutamento, nomeadamente porque é necessário ter a escolaridade obrigatória. Tiveram mesmo que alargar a idade máxima de recrutamento dos 35 para os 40 anos, o que creio não fazer sentido, pois já é uma idade um pouco exagerada. No caso particular de Tomar, no caso dos voluntários, baixámos para os 35 anos mas parece-me que mesmo assim já é uma idade alta. Para lá disto está um pouco difícil recrutar. E há muitos corpos de bombeiros que têm poucos bombeiros voluntários nesta altura.

* Entrevista completa na edição semanal de O MIRANTE.

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