Entrevista | 03-06-2017 17:53

Pornografia é prejudicial a uma sexualidade saudável

Pornografia é prejudicial a uma sexualidade saudável

Ideia é defendida por Nuno Marques, sexólogo da Póvoa de Santa Iria, que fala sem meias palavras de um tema que ainda é tabu na sociedade: o sexo.

Os homens estão hoje “com muito medo das mulheres” por estas estarem mais activas e terem deixado de ser submissas, o que aumenta os casos de ansiedade face ao desempenho sexual e o surgimento de problemas como a disfunção eréctil e a ejaculação precoce.

A ideia é defendida por Nuno Marques, 35 anos, sexólogo no Centro de Psicologia e Desenvolvimento da Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira, que fala sem meias palavras de um tema que ainda é tabu na sociedade: o sexo.

“A mulher mudou e pede na cama o que nunca pediu até aos dias de hoje. Mas muitos homens ainda não mudaram o seu ponto de vista, continuam a olhar para elas como sendo as submissas. As mulheres hoje cobram o seu direito a uma sexualidade de qualidade, a orgasmos, a viver tudo o que têm direito e se não os encontrar vão à procura de outro parceiro. Antigamente isso não acontecia e os homens não estão habituados a lidar com essa pressão, o que acaba por levar ao surgimento de disfunções”, revela.

O consumo de pornografia, ou “porno” como é conhecida, afecta e é prejudicial a uma sexualidade saudável, alerta Nuno Marques. “A pornografia mostra um mundo ideal de homens e mulheres perfeitos e isso não existe. O consumo de pornografia cria ligações no centro de recompensa cerebral que depois não são possíveis de serem obtidos na vida real. Isso leva a sexualidades muito frustrantes porque o homem e a mulher depois não são como retratadas nesses filmes”, explica. O porno tem, porém, uma grande virtude: quebrar tabus e mostrar que praticamente não há limites para o que pode ser feito na procura do prazer.

“Há um movimento nos Estados Unidos, chamado reboot (reiniciar), onde se propõe 90 dias sem masturbação nem pornografia. E os resultados têm sido consistentes com um aumento geral da satisfação e confiança dos envolvidos, aumento da qualidade de desempenho, da libido e da testosterona. O que recomendo é apenas masturbação na presença da parceira e quem não a tiver que se masturbe sem pornografia”, refere.

* Entrevista completa na edição semanal de O MIRANTE.

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