Entrevista | 21-06-2017 18:00

"Eco Parque do Relvão é um problema nacional"

"Eco Parque do Relvão é um problema nacional"

Domingos Saraiva é o director executivo da associação que gere a área das empresas de reciclagem.

O Eco Parque do Relvão na Carregueira, Chamusca, nasceu como algo inovador. A ideia era acolher empresas ligadas ao tratamento e aproveitamento de resíduos. Isso tem acontecido mas não é devidamente reconhecido. Domingos Saraiva, director executivo da Associação Eco Parque do Relvão, acredita que a situação está a mudar e que é natural que assim seja.

A Associação do Eco Parque do Relvão foi fundada em 2008. Tinha cinco associados (Câmara da Chamusca, Nersant, Resitejo, SISAV S.A. e Somos Ambiente) mas nunca funcionou. O senhor foi agora contratado para director-geral e já foram concretizadas algumas alterações. É um recomeço?

O ciclo que conheço iniciou-se em Maio do ano passado quando organizámos aqui na Chamusca a iniciativa "Agendas Locais para a Gestão dos Recursos" em que basicamente o que se focou foi a existência do Eco Parque do Relvão como projecto em fase embrionária e a necessidade de haver uma unidade gestora das questões relacionadas com o mesmo.

O que foi feito?

A associação tinha sido criada mas não estava registada e não tinha órgãos sociais eleitos. Além disso os estatutos estavam desactualizados. O que nós fizemos foi recuperar o que existia e convocar uma assembleia geral para rever os estatutos. Posteriormente criamos uma comissão administrativa para iniciar o processo de actividade e convocar eleições para os órgãos sociais.

Um dos problemas do Eco Parque é ser visto pelas entidades que superintendem estas questões a nível do poder central, não como um Eco Parque mas como mais uma zona industrial.

Efectivamente o Eco Parque existe mas não funciona como Eco Parque. Não tem fundamento próprio. Há um conjunto de questões que têm que ser resolvidas e isto ultrapassa as próprias possibilidades de um município. É uma questão de ordenamento a nível nacional.

Não abdicam de que este Eco Parque seja efectivamente um Eco Parque e não apenas mais uma zona industrial?

Mesmo em termos nacionais, seria um crime perder-se uma oportunidade destas. Nós estamos numa zona que necessita de criar emprego, de desenvolver a economia e temos aqui tudo para que isso aconteça. São coisas difíceis de fazer mas o potencial está aqui. Perder esta oportunidade de criar aqui situações de economia circular, por exemplo, através da criação de processos de simbiose industrial que vão favorecer todos, gerar emprego e dinamizar a economia, não é racional.

Tem que reconhecer que as entidades que têm lidado com este assunto não têm mostrado grande sensibilidade?

Dos contactos que tenho tido com inúmeras entidades nos últimos meses não me posso queixar minimamente de ausência de interesse. Pelo contrário. A certa altura eu até já dizia que o meu papel de "motor" até nem era necessário porque já há gente a pressionar e a perguntar porque é que isto não anda.

* Entrevista completa na edição semanal de O MIRANTE.

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