Entrevista | 12-07-2017 23:24

Primeiro Jornal da SIC é hoje transmitido de Santarém

Primeiro Jornal da SIC é hoje transmitido de Santarém

Fernanda de Oliveira Ribeiro é a jornalista que vai apresentar o jornal a partir do Jardim da Liberdade

A SIC está em Santarém esta sexta-feira e sábado para várias iniciativas no âmbito dos 25 anos da estação de televisão. A Digressão “SIC de Todos Nós” inicia-se em Santarém com a transmissão do Primeiro Jornal, que vai ter a participação do director-geral de O MIRANTE, numa parceria entre o jornal e a SIC. O MIRANTE entrevistou a apresentadora do Primeiro Jornal desta sexta-feira, Fernanda de Oliveira Ribeiro. É licenciada em Comunicação Social, pela Universidade Nova de Lisboa. Iniciou o seu percurso profissional em 1988 na Rádio Comercial, onde fez o estágio. Trabalhou também na revista Sábado, no Correio da Manhã Rádio e há 25 anos integrou a equipa fundadora da SIC.

Quais são as notícias que mais a sensibilizam? Sensibiliza-me o que toca qualquer ser humano. Assistir ao sofrimento alheio, à guerra, à fome, aos maus tratos, ao terrorismo, às catástrofes, às crianças e aos idosos que morrem vítimas de todos estas desgraças. O egoísmo e a desumanização doem.

O oposto também sensibiliza, naturalmente. Assistir a momentos de felicidade individual ou colectiva, marca.

Em que medida as redes sociais vieram alterar o panorama das televisões generalistas? As redes sociais revolucionaram o mundo, não só a televisão. Criaram novas formas de comunicação, mais rápidas, mais eficazes, mas também, muitas vezes, enganadoras. A confirmação, a “certificação” da notícia, perde-se, em certa medida, com “o passa palavra”. As falsas notícias correm à mesma velocidade que a “verdade”. Podem induzir em erro. Mas a televisão, como o resto do mundo, adapta-se, está a adaptar-se e não está a perder a “viagem”, está nela.

O papel do jornalista não está ameaçado pelas redes socais? Jornalista que se preze, que respeite as regras da profissão e tenha bom senso não se sente nunca ameaçado com a evolução. Regozija-se. As redes sociais são um importante veículo. O alerta chega-nos rápido e a notícia, depois de ter passado pelas mãos do jornalista, também segue veloz e chega a muitos mais.

Que perspectiva tem uma jornalista de Lisboa sobre o que se passa na província? Falo por mim. Sou da província. Nasci em Castelo Branco e vivi lá 8 anos. Não consigo, por isso, perceber a diferença da perspectiva. O que se passa no interior é-me familiar e tem em mim o mesmo impacto. Admito, no entanto, que o desconhecimento de algumas realidades possa causar estranheza a quem nunca saiu da cidade.

As televisões regionais são necessárias para desenvolver mais a informação regional e local que os órgãos nacionais não dão? É um ponto de vista válido como qualquer outro. Tudo depende da necessidade sentida pelas populações e da capacidade das instituições/empresas locais para erguerem um projecto desta dimensão.

O que conhece da região de Santarém? Conheço o que me é dado ver quando me desloco à cidade. Além disso, por ter família e amigos na região, conheço também um pouco da gastronomia. Ah, já me esquecia, conheço também o calor, que anda quase sempre a par do da minha cidade, Castelo Branco.

Há algum aspecto ou acontecimento que destaque no distrito de Santarém ou que lhe tenha ficado na memória? Tenho na memória as cheias que, amiúde, nos mostram populações desalojadas e despojadas dos seus bens.

De uma forma global, acha que a comunicação social nacional dá a atenção devida ao que se passa no país fora dos grandes centros urbanos? Admito que quem vive nas diferentes regiões do país tenha a sensação de que nem sempre merece a atenção devida, mas a verdade é que, além da impossibilidade de se relatar tudo, o que é importante para uma região não é, necessariamente, para outra. É um pouco como tudo da vida: Com “ peso, conta e medida” o que é relevante, chegará ao resto do país e do mundo.

Apresentar um telejornal em directo é como andar no trapézio sem rede? Tem graça a imagem sugerida, mas não é de todo verdade. O pivot é o rosto do jornal, mas o “ corpo” é gigante. São muitos os elementos da vasta equipa que permite que um jornal aconteça. Essa equipa está sempre pronta para apoiar o pivot em caso de necessidade. É verdade que há percalços e que o “rosto” do jornal precisa de ter algum “jogo de cintura”, mas nunca está sem rede!

Já lhe aconteceu algum percalço mais caricato durante um directo? A quem não aconteceu? Só não acontece, seguramente, a um robot. Logo na primeira semana em que apresentei, no caso, a “Praça Pública”, há mais de duas décadas, a cassete da última reportagem do programa estava desaparecida e eu só tinha o texto introdutório para ler. Li-o vezes sem conta e com todos os sinónimos de que me lembrei para preencher o tempo até que a cassete aparecesse. No fim estava “presa” ao chão.

Já lhe apeteceu rir ou chorar perante um determinado acontecimento que apresentou no telejornal? Várias vezes. Em situações de catástrofe, guerra, terrorismo, as imagens, os testemunhos de horror, custam. Lembro-me, por exemplo, de uma situação em que a fantástica repórter Cândida Pinto estava em directo, num cenário de guerra, e teve de deitar-se no chão porque as balas começaram a atingir o local. Sente-se impotência, raiva, medo.

Já trabalhou na comunicação social regional? Conhece o jornalismo que se faz fora de Lisboa e Porto? Confesso que nunca trabalhei na comunicação regional. Conheço apenas o que leio online e em papel.

Se lhe pedissem para fazer uma reportagem à sua escolha no Ribatejo, por que tema/assunto optaria? Optaria seguramente por um tema que envolvesse hábitos e tradições da população. Porque não saber mais sobre o fandango?.

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