Entrevista | 06-09-2018 07:31

Mário Pereira anda há anos a pagar dívidas do PS e já tem crédito na banca

Mário Pereira anda há anos a pagar dívidas do PS e já tem crédito na banca

Chegou a presidente da câmara com objectivo de pacificar a política mas fartou-se de sofrer durante quatro anos

O presidente da Câmara de Alpiarça, a cumprir o último mandato, não tem tido uma vida fácil. Primeiro confrontou-se com uma dívida municipal que praticamente bloqueou a câmara, impedida de recorrer à banca e fazer investimentos. Nos últimos seis anos apertou o cinto para pagar quase seis milhões de euros à banca, de forma a ter agora folga para conseguir fazer obras, investimentos e actividades em prol da população. Em breve arrancam as obras do mercado municipal. Depois, no segundo mandato, teve o opositor mais aguerrido, mais chato, mais incisivo que podia ter. Que contestava tudo e mais alguma coisa, que acusava, maldizia e que levou várias vezes Mário Pereira ao limite da paciência. Agora voltou a paz às relações políticas, apesar de algumas discussões serem mais acaloradas, e recuperou-se a saúde financeira.

O presidente da Câmara de Alpiarça tem uma vida mais descansada desde o início deste mandato porque já não há o clima crispado na discussão política desde que saiu de cena o ex-vereador Francisco Cunha. Nos corredores junto ao auditório do município, onde se realizam as reuniões do executivo, já não se ouve a gritaria de outros tempos, com o presidente Mário Pereira a perder a paciência. O autarca confessa que a irritação era “momentânea e difícil de controlar”, mas garante que nunca dormiu mal por causa disso nem precisou de fazer ioga para acalmar os nervos.

Foram muitos os episódios em que Francisco Cunha conseguiu tirar o presidente do sério e o problema estava, não nos assuntos que este trazia à discussão, mas sim a forma como colocava as coisas, num tom de confronto. Agora, Mário Pereira sente-se mais tranquilo com dois vereadores socialistas a fazerem-lhe uma oposição mais cordial e com menos beliscões. Às vezes há alguns momentos mais quentes na discussão política, mas é o próprio presidente que confessa que as relações entre a maioria e a oposição se inserem “num quadro de normalidade”.


Quando entrou para a presidência da câmara, Mário Pereira dizia que queria pôr água na fervura das tensões políticas que sempre foram muito maiores que em qualquer outro concelho do distrito de Santarém. Fruto de marcas históricas relacionadas com a reacção anti-fascista, com o facto de Alpiarça ser um bastião comunista e até mesmo devido a “clivagens”, que o autarca admite existirem. A eliminação da crispação que pretendia no início da sua presidência em 2009 “nem sempre foi possível”, reconhece Mário Pereira. Mas, sublinha, conseguiu-se alguma paz com a excepção do período de 2013 a 2017, em que o vereador da coligação PSD/MPT arranjava todos os motivos para mudar as feições serenas do presidente.

Gostava de ter defrontado Joaquim Rosa do Céu
Pouco tempo antes das últimas eleições reapareceu na cena política de Alpiarça o socialista Joaquim Rosa do Céu, que tinha estado na presidência do município antes de Mário Pereira, tendo deixado o mandato a cerca de um ano do fim para assumir funções de presidente da Entidade de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, até meados de 2013. O autarca comunista diz que não ficou preocupado com o ressuscitado socialista e garante que teria sido interessante defrontá-lo como adversário na campanha eleitoral.
“Estive a defrontar nas campanhas candidatos socialistas que não tiveram responsabilidades nos mandatos do PS. Com Joaquim Rosa do Céu seria possível confrontar o responsável da gestão socialista”, argumenta Mário Pereira. Não é difícil de adivinhar que um dos temas principais da campanha eleitoral seria a dívida deixada pelo ex-presidente que, realça Mário Pereira, tem atrofiado a gestão dos últimos anos.

ENTREVISTA COMPLETA NA EDIÇÃO EM PAPEL JÁ NAS BANCAS

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