Entrevista | 31-03-2019 15:00

Um consultor ambiental apaixonado por aves e pintura

Um consultor ambiental apaixonado por aves e pintura
ENTREVISTA COMPLETA

Paulo Alves adora ir para o campo observar pássaros e desenhá-los no papel.

Assim que o sol nasce Paulo Alves gosta de ir para o campo observar aves. Quando está mais stressado é lá que se refugia, naquele que considera ser o seu mundo. O que lhe dá mais prazer é conseguir identificar as espécies de aves através do som, o que consegue fazer com facilidade dada a sua experiência profissional na área.

Paulo Alves tem 29 anos, é consultor ambiental, dá aulas de pintura num espaço em Abrantes, onde vive, e é ainda ilustrador de livros infantis. A sua profissão de consultor ambiental surgiu da paixão por aves. Quando era pequeno o pai acordava-o de madrugada para ir à caça de aves. Paulo gostava de as agarrar e observá-las. Só não gostava que fossem mortas ou ficassem presas. Depois desenhava-as, a sua outra paixão, que surgiu também em criança, mas por influência da mãe que pintava nos tempos livres.

Sempre teve lápis e folhas à mão para dar azo à sua criatividade. Desenhava sempre animais, sobretudo aves. Quando ficava de castigo na escola primária a professora deixava-o sozinho na sala de aula. Paulo descarregava toda a sua frustração no desenho. “A professora quando regressava ficava espantada a olhar para o quadro e dizia que era uma pena ter que apagar aqueles desenhos”, recorda.

Natural de Aldeia do Mato, viveu na Medroa e também na freguesia de Martinchel, ambas as localidades no concelho de Abrantes. O facto de viver no campo potenciou a paixão pelas aves e o seu percurso escolar seguiu sempre esse interesse pela natureza. Começou por seguir Biologia mas optou por tirar o curso de Turismo Ambiental e Rural, na Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes, em Mouriscas. Após os três anos do curso pediu para estagiar na Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, em Lisboa. “Queria investir no turismo ornitológico e aprender mais sobre essa área”, conta a O MIRANTE.

Esse estágio permitiu-lhe desenvolver vários contactos que o levaram a uma empresa de consultoria ambiental, onde trabalha actualmente. É responsável por fazer estudos de impacte ambiental. Concilia este trabalho com as aulas de pintura no projecto Amar-te, um espaço no centro da cidade de Abrantes, e ainda com as ilustrações.

Em 2013 foi contactado por uma organização ambiental para fazer ilustrações das espécies de aves endémicas das ilhas Molucas, na Indonésia, que serviriam para divulgação ambiental nas escolas desse país. Ali ficou por três meses e em 2015 regressou durante seis meses. “Foi uma experiência indescritível, onde pude conhecer tantas espécies de aves diferentes. A Indonésia é um dos países com mais espécies de aves do mundo. Fiz a ilustração de todas porque lá não havia grandes registos fotográficos. Adorava poder lá voltar”, confessa.

Falta em Abrantes espaço de cultura para artistas amadores

Paulo Alves não se considera um artista a sério porque não vive da arte. Realiza uma exposição por ano onde mostra as pinturas que vai criando. O consultor ambiental considera que faz falta um espaço cultural em Abrantes onde todas as pessoas do concelho, incluindo artistas amadores, possam expor os seus trabalhos, de todas as áreas. O ilustrador refere que existe pouca actividade cultural no concelho mas quando há alguma iniciativa as pessoas também não aderem. “O Cine-teatro São Pedro seria um bom local para realizar imensas actividades culturais mas para isso é preciso que proprietário e município cheguem a acordo para que a população possa beneficiar daquele espaço”, afirma.

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