O MIRANTE | 16-11-2018 19:00

“São inadmissíveis estradas sem alcatrão e zonas sem saneamento básico”

“São inadmissíveis estradas sem alcatrão e zonas sem saneamento básico”
31º ANIVERSÁRIO DE O MIRANTE
Luís Alves Presidente da União de Freguesias de S. Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo

Luís Alves - Presidente da União de Freguesias de S. Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo

A minha terra será sempre a terra onde ganho o meu pão de cada dia, o local onde resido e tenho os meus amigos e conhecidos e, também, o local de morada dos meus entes queridos.

A minha terra fica numa zona de transição entre a paz do campo e o seu apelo telúrico e o bulício da cidade. Conhecer e ser conhecido por toda a gente gera um calor humano que suprime todas as outras necessidades.

As pessoas mais importantes durante a minha infância, para além dos meus pais e irmãos, foram o meu avô materno, o meu professor da escola primária, Sr.Carvalho e os meus amigos, China, Tonica, Silveira, Pita, Laro, Lambaz, Cigano, entre outros.

A minha terra tem perdido população, sobretudo jovem. É o preço da interioridade e de anos e anos de más políticas, de decisões discriminatórias e negativas no que ao interior respeita. Decisões de políticos e assessores que desconhecem o termo “equidade” e o que isso representa no desenvolvimento harmónico do todo nacional e da valorização das gentes deste Portugal que se vê abandonado à sua sorte e que só é notícia pela desgraça. Essa descriminação dói quando tem origem no poder central mas pesa e dói ainda mais quando tem a sua origem no poder local.

Muitas coisas me agradam, pois com o advento do poder local muito foi feito em prol do interior e das populações, todavia, é inadmissível e inaceitável a existência de arruamentos em terra batida, sem esgotos e sem o mínimo de qualidade que a todos é devida. Isto poderia e deveria ser alterado, bastando que se desse prioridade às pessoas e se atendesse à satisfação das necessidades mais básicas a que estas têm direito.

Os impostos e as derramas, sendo elementos de arrecadação de receitas pelas câmaras necessárias à persecução das suas actividades e planos, são sempre elementos de coesão territorial que, quando aplicados com critério, podem tornar mais apetecível e vantajoso a fixação das populações e empresas já residentes e motivo de atracção para novos residentes e empresas. Tudo depende do planeamento e das prioridades dos executivos camarários e o que pretendem para os seus territórios. Aqui estamos a perder população.

Para os padrões policiais a minha terra é segura. Para os padrões dos pais nenhuma terra é segura mas não conheço ninguém que não fique preocupado por saídas à noite dos filhos. Pessoalmente nunca iria coarctar a liberdade responsável dos meus filhos.

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