Opinião | 07-01-2010 10:36

A região submerda

A agência Lusa publicou recentemente no seu sítio um texto onde anunciava que havia na região do Ribatejo uma estrada “submerda”. Foi “submersa” uma hora depois quando alguém deu por isso e voltou a publicar o mesmo texto com a indicação de “actualizado”. É assim que se trabalha na agência de informação do Estado paga com os nossos impostos. Os textos são mal escritos e com erros desta natureza. E quando são reescritos aparecem como “actualizados” mantendo-se os outros em linha para vergonha da cara de quem dirige a equipa que os escreve.A agência Lusa, apesar de ser parceira do nosso jornal, ou talvez por isso, é o melhor exemplo do que vale a informação de agência ou o jornalismo colado a interesses que não são apenas o de serviço público. O MIRANTE raramente é matéria de interesse noticioso para a Lusa. E quando é, como foi o caso recentemente quando resolvemos mudar o sistema de distribuição do jornal, o jornalista de serviço limitou-se a ler e a transcrever o que publicamos nas nossas páginas. Nem a proximidade o obrigou a procurar a informação que nós não publicamos por sermos parte interessada e não nos interessar escrever em causa própria.Não exagero se disser que mais de metade dos textos que ao longo do ano a agência Lusa publica sobre a nossa região são inspirados ou sugeridos pelo trabalho da redacção de O MIRANTE. Raramente os profissionais destacados a trabalharem na nossa região fazem o suficiente para que a agência mereça o valor da avença que pagamos todos os meses. Nos últimos anos o que me parece é que deveria ser a Lusa a pagar à administração de O MIRANTE o serviço de agenda que vamos prestando aos profissionais daquela casa. Exagero à parte, há jornais rádios e televisões que se aproveitam ainda melhor do nosso trabalho, e nem citam a fonte. Mas o mundo está assim, sem rei nem roque, e já quase que vale tudo menos tirar olhos.Por mim, acho que posso dizer por todos nós, a Lusa e os seus jornalistas correspondentes podem continuar a sua vidinha errante. O facto de estarmos a entrar no ano de 2010 é que deveria ser uma boa razão para repensarmos a região submerda em que vivemos.As crianças de Foros de Salvaterra voltaram ao Centro de Acolhimento de Praia do Ribatejo depois de passarem o Natal e Ano Novo com a mãe. Começamos o Ano de 2010 como acabamos o de 2009: com as instituições e os seus responsáveis cegos, surdos e mudos aos valores humanos e aos direitos das crianças. Se estão a ser dados passos significativos para o regresso das crianças a casa não se admite que sejam passos de caracol. JAE

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