Política | 11-12-2004 11:43

Sampaio justifica dissolução com "grave crise de credibilidade"

O Presidente da República justificou ontem a sua decisão de dissolver o Parlamento com a existência de "uma grave crise de credibilidade do Governo" e anunciou a convocação de eleições legislativas para 20 de Fevereiro."Entendi que a manutenção em funções do Governo significaria a manutenção da instabilidade e da inconsistência. Entendi ainda que se tinha esgotado a capacidade da maioria parlamentar para gerar novos governos", afirmou Jorge Sampaio, que falou ao país dez dias depois de ter anunciado a sua intenção de dissolução da Assembleia da República.O chefe de Estado sublinhou que, desde a posse do XVI Governo, a 16 de Julho, "o país assistiu a uma série de episódios que ensombrou decisivamente a credibilidade do Governo"."Foi essa sucessão que criou uma grave crise de credibilidade do Governo", acentuou.Depois de Sampaio apresentar as suas razões ao país, PSD e CDS- PP reiteraram a discordância em relação à decisão do Chefe de Estado."O que acabámos de ouvir em nada nos faz mudar de pensamento", sublinhou o vice-presidente do PSD Vítor Cruz, prometendo no entanto que, a partir de agora, o Presidente da República "não fará parte" dos adversários políticos dos social-democratas.Também no Largo do Caldas, na sede do CDS, as palavras foram críticas para Jorge Sampaio, com o dirigente centrista Telmo Correia a considerar que a decisão de dissolver o Parlamento correspondeu a "uma presidencialização que o país não pediu".ou não em coligação com o PSD.Pelo contrário, o PS considerou que os argumentos apresentados pelo chefe de Estado "foram claros" e "evidentes aos portugueses".Os socialistas aproveitaram a oportunidade para apelar ao voto útil, dizendo que a escolha é entre o PS e uma continuidade da actual solução governativa PSD/CDS-PP.Para o PCP, as razões apontadas pelo Chefe de Estado foram "justas" e as eleições antecipadas encaradas como "um virar de página".Também o Bloco de Esquerda, através de Francisco Louçã, manifestou-se "satisfeito" com as razões apresentadas pelo Presidente da República para dissolver o Parlamento e sublinhou que as próximas eleições serão "uma oportunidade para a clarificação", posição partilhada pelo Partido Ecologista "os Verdes".

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