Política | 19-12-2004 10:14

Santana Lopes queixa-se da "falta de sossego" e "facadas nas costas"

O primeiro-ministro Pedro Santana Lopes lamentou sábado à noite o clima de instabilidade criado em torno do seu Governo, a falta de "sossego" e as "facadas nas costas" de que se disse alvo, na primeira entrevista televisiva após a dissolução do Parlamento.O primeiro-ministro demissionário afirmou, em entrevista à TVI, que "sabia que ia ser difícil governar" quando aceitou o cargo, depois de José Manuel Durão Barroso ter aceite o convite para presidir à Comissão Europeia.Santana Lopes considerou que o seu Governo viveu sempre num "clima de ataques pessoais e políticos" e que teve pouco tempo para mostrar trabalho."Tenho as costas cheias de cicatrizes das facadas que levei", salientou, notando que recebeu as funções governativas como "uma herança" que não pediu.O primeiro-ministro observou que as dificuldades começaram logo, por ter tido apenas oito dias para formar Governo e porque a saída de Durão Barroso não foi encarada com tranquilidade, como deveria.O primeiro-ministro mostrou-se convicto de que a sucessão de "episódios" se deveu em parte ao facto de o Governo não ter sido legitimado pelo acto eleitoral.Santana Lopes acha que "não é justo avaliar o trabalho em quatro meses" e recordou que Cavaco Silva também foi muito atacado enquanto esteve à frente do Governo.No que respeita às relações com o Presidente da República, Santana Lopes admitiu que houve excessos "de um lado e do outro", mas acrescentou que sempre manteve uma "solidariedade institucional irrepreensível" com Jorge Sampaio, o que permitiu aprovar o Orçamento de Estado.Quanto ao acordo pré-eleitoral celebrado com o CDS-PP e à decisão de os dois partidos concorrerem com listas separadas, o primeiro-ministro entende que serviu para "clarificar" o que se pode esperar se o PSD ganhar as eleições e instou o líder socialista a fazer o mesmo.

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