Política | 01-04-2006 18:17

Líder reeleito da distrital de Santarém promete candidatura contra direcção

O recém-reeleito líder da Distrital de Santarém do CDS anunciou hoje que vai apresentar uma moção global de estratégia ao próximo Congresso Nacional do partido contra a actual direcção, que irá incluir uma candidatura autónoma à liderança."Eu e um conjunto de militantes" que estão "descontentes com a actual direcção" vamos apresentar um "moção global de estratégia ao próximo Congresso a realizar 06 e 07 de Maio, em Leiria", revelou Herculano Gonçalves, que foi reeleito líder da distrital de Santarém na sexta-feira à noite.Devido à imposição do Conselho Nacional que obriga a que cada moção global seja suportada por uma candidatura à liderança, Herculano Gonçalves promete que "até ao dia 17 de Abril, será entregue a moção e o termo de aceitação na sede do partido do candidato".No entanto, Herculano Gonçalves rejeitou revelar qual o nome do candidato, alegando que "ainda não está escolhido" o opositor a Ribeiro e Castro.No último congresso, este dirigentes apoiou Telmo Correia e foi um dos militantes mais críticos da direcção de Ribeiro e Castro, um líder que "tem uma grande capacidade de trabalho" mas "está mal acompanhado" e tenta conciliar "sem sucesso" o cargo de presidente do partido com o de eurodeputado".No seu caso particular, Herculano Gonçalves acusa Ribeiro e Castro de ter apoiado o seu opositor nas eleições da distrital, promovendo a repetição do acto eleitoral por irregularidades que "não existiram"."A secretaria-geral e o Conselho Nacional de Jurisdição estiveram desde a primeira hora ao lado da lista B" e "com um conjunto de irregularidades e de ilegalidades conseguiram agendar novas eleições para o dia 31 de Março", explicou o dirigente distrital.Neste segundo acto eleitoral, a lista de Herculano Gonçalves venceu de novo as eleições com 156 votos contra 103 da lista B, mas o líder distrital critica a actuação dos órgãos nacionais em todo este processo."Houve um elemento de Lisboa em cada mesa" e em Alcanena, cuja concelhia é liderada por Herculano Gonçalves, esteve presente mesmo "o chefe de gabinete do presidente do partido, Luís Lagos" enquanto que na mesa de Santarém compareceu o secretário-geral do CDS, Martim Borges de Freitas.Na sua opinião, a derrota dos apoiantes de Ribeiro e Castro no distrito é um sinal de que o líder do partido "está demasiado ausente" das bases e uma prova de que o "CDS é de todos os militantes e não só de alguns".Com o resultado destas eleições, Herculano Gonçalves revelou que irá retirar a acção contra a lista opositora, já que o importante é "curar as feridas existentes", sem consequências para o futuro do partido.Contactado pela Agência Lusa, João Filipe Teixeira, líder da lista derrotada, disse nada ter a criticar em relação a este acto eleitoral, considerando que a vitória de Herculano Gonçalves é um sinal da democracia interna do partido."Felizmente, houve uma conclusão normal no meio deste processo anormal" e "ficou demonstrado tudo o que se passou de mal na primeira fase do processo eleitoral", afirmou o candidato derrotado, que denunciou irregularidades nas inscrições de militantes nos cadernos utilizados nas últimas eleições, realizadas em Dezembro.Agora, "só me resta dar os parabéns ao senhor Herculano e disponibilizarmo-nos para continuar a trabalhar pelo CDS", acrescentou João Filipe Teixeira.

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