Política | 25-05-2006 10:50

Nova ponte no Tejo gera contestação entre autarcas

A decisão do Governo de dar prioridade à construção de uma ponte sobre o Tejo em Abrantes em vez da substituição da travessia entre Constância e Barquinha está a indignar autarcas da região, que reclamam uma solução equilibrada.Em resposta agora divulgada a um requerimento do Bloco de Esquerda sobre a matéria, o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações assume que irá ser dada prioridade à construção de uma nova travessia na zona de Abrantes, contrariando as expectativas das autarquias mais a jusante do Tejo.A tutela recorda que a ponte de Constância foi objecto de protocolo com a CP em 1984, prevendo que "todos os estudos, incluindo os de adaptação do tabuleiro e dos respectivos acessos, assim como a verificação das condições de resistência do material metálico de constituição da ponte antiga, serão inteiramente a cargo das Câmaras".A construção de uma nova ponte faz parte de um estudo prévio promovido pela tutela mas a travessia "não consta no Plano Rodoviário Nacional (PRN)" pelo que o Ministério tenciona dar prioridade à construção de uma ponte de ligação entre Abrantes e Ponte de Sôr (IC9)."Tendo em conta a maximização dos benefícios em face dos investimentos públicos envolvidos" parece "evidente haver uma redundância de efeitos" na construção das duas pontes "pelo que a prioridade deverá ser dada à construção do IC9", refere o ministério.Esta decisão do ministério é objecto de fortes críticas por parte de António Mendes (CDU), presidente da Câmara Municipal de Constância, considerando "incorrecto que qualquer senhor ministro ou secretário de Estado tome decisões políticas sem dar a devida importância aos interesses do país e aos estudos técnicos"."Não estou nada em desacordo que se faça pontes em Abrantes, na Chamusca e onde muito bem entenderem", disse."Os problemas da região e do país que têm escoamento na ponte de Constância permanecem" por resolver, considerou ainda o autarca, que recorda a construção de três hospitais no Médio-Tejo como um exemplo de despesismo estatal no passado que se poderá repetir com a construção de duas travessias.Em contrapartida, a tutela "deveria aguardar que os estudos fossem feitos" para depois decidir a travessia pelo IC9 do rio Tejo que, para António Mendes, deverá ser entre Tramagal e Constância, a meio caminho entre as duas pontes.Os responsáveis governativos "estão muito equivocados e não conhecem a realidade do país principalmente neste problema", afirmou o autarca, lamentando que os poderes públicos "decidam mais por pressões político-partidárias" do que em função de estudos técnicos.Em vez disso, uma nova "ponte no Tramagal ou em Constância serve à volta de 90 por cento do trânsito que se dirige no sentido do litoral", satisfazendo as necessidades da região, defendeu.Vítor Pombeiro (PS), presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, reconhece que a nova ponte não está no PRN mas existem "compromissos antigos de governantes até porque o projecto está em estudo de impacto ambiental".

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