Política | 25-02-2009 15:54

Deputado do PS quer saber quem tem terrenos à volta do novo aeroporto

O deputado socialista António Galamba interrogou hoje o Ministério das Obras Públicas sobre se vai divulgar o nome dos proprietários dos terrenos localizados na área de implantação do futuro aeroporto de Lisboa, em Alcochete. O deputado alega que se trata de uma “questão de transparência em torno das movimentações de contestação à localização do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) na OTA e da génese do estudo promovido pelo Senhor Presidente da CIP e por um grupo de financiadores, uns conhecidos e outros secretos”.O deputado questiona ainda, através de um requerimento entregue na Assembleia da República, o Ministério tutelado por Mário Lino sobre se dispõe do levantamento acerca dos grandes proprietários de terrenos na área das medidas de protecção ao aeroporto e nas imediações.Para António Galamba, “a publicitação das visionárias e oportunas aquisições de terrenos nas imediações do Campo de Tiro de Alcochete por representantes ou empresas do universo da Sociedade Portuguesa de Negócios (SLN), proprietária do Banco Português de Negócios (BPN), suscitam um conjunto de dúvidas”. “Não estamos falar de uma qualquer fantasia, mas de coincidências temporais entre o processo de contestação e o abandono da opção Ota. É como se algumas das motivações que animaram a contestação à Ota começassem a ser verdadeiramente conhecidas”, aponta o deputado.O deputado socialista e vereador na câmara das Caldas da Rainha lembra ainda que, no início de 2007, “o espectro de contestação à localização do Novo Aeroporto na Ota alargou-se, o PSD e o CDS-PP que defenderam no Governo essa localização passaram a contestá-la, o líder do PSD Marques Mendes lançou-se numa cruzada anti-Ota”.António Galamba recorda a apresentação de um estudo pelo presidente da Confederação da Indústria Portuguesa com uma nova opção.“Um estudo decisivo, que sensibilizou o Senhor Presidente da República e o Governo. Um estudo cujos financiadores nunca foram totalmente publicitados, com o argumento do medo de retaliações(!?)”, escreve o deputado.Em 8 de Maio de 2008, o Governo viria a confirmar a nova localização, revogando as medidas preventivas aplicadas à Ota.Ao mesmo tempo aprovava as novas medidas preventivas compreendendo o Campo de Tiro de Alcochete e uma área envolvente num raio de 25 quilómetros, abrangendo os concelhos de Salvaterra de Magos, Coruche, Benavente, Montijo, Alcochete, Montemor-o-Novo, Vendas Novas, Palmela, Setúbal, Moita e Vila Franca de Xira.“Pelo meio, nesse fantástico ano de 2007, entre a destabilização da solução Ota e a decisão política pela opção de Alcochete, empresas da Sociedade Lusa de Negócios terão adquirido vários hectares de terrenos no perímetro da antiga Herdade de Rio Frio, a última das quais terá sido registada a 7 de Dezembro de 2007”, adianta o deputado.“Naturalmente não posso deixar de sublinhar que a campanha de contestação à Ota, sustentada na acção e na omissão de muitos protagonistas políticos e económicos, criou todas as condições para a especulação imobiliária e para o oportunismo visionário de quem, como os representantes das empresas da SLN, soube antever os resultados finais do processo”, conclui.O deputado defende ainda que deveriam ser conhecidos os financiadores do estudo que impulsionou a opção de Alcochete e em que momento os principais terrenos daquele território foram transaccionados

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