Política | 07-12-2010 06:58

Hélder Esménio volta ao cargo de funcionário na autarquia onde é vereador da oposição

Depois de um ano a trabalhar no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) de Salvaterra de Magos, o vereador socialista Hélder Esménio volta a ocupar o cargo que desempenhou no município de Salvaterra de Magos durante 27 anos, na Divisão de Obras Municipais e Serviços Urbanos como engenheiro civil. Desde o dia 2 de Dezembro que o vereador volta a acumular o cargo político com o de funcionário na autarquia. Hélder Esménio decidiu, no final de 2009, transferir-se para o IEFP, no âmbito da Lei 12-A de 27 de Fevereiro, do regime de mobilidade interna por “entender”, na altura, ser “complicado” estar como funcionário da autarquia e ser vereador da oposição no mesmo município.“Quando me tornei vereador, a situação tornou-se ainda mais delicada e complexa por isso tomei a decisão de pedir para mudar de funções. Não queria que o facto de ser vereador da oposição e, simultaneamente, funcionário do município suscitasse qualquer confusão. Falei com a senhora presidente que concordou com a decisão”, disse Hélder Esménio a O MIRANTE em 13.Maio.2010.Passado um ano, o vereador mudou de ideias e decidiu regressar ao posto de trabalho onde estava desde 1983. “As razões da minha saída da câmara há um ano continuam as mesmas. Pedi para sair para amenizar as coisas, mas depois de ter ouvido algumas intervenções de autarcas do Bloco de Esquerda a dizerem que eu fui para o IEFP porque arranjei um tacho ou porque estava com medo, decidi não tomar iniciativa para continuar fora da câmara. Tenho consciência que esta situação de ser vereador da oposição na autarquia onde trabalho condiciona e tende a auto-limitar-me mas acredito que a convivência será possível”, reflecte o vereador.A presidente do município nunca escondeu o seu “desagrado” pela dupla função de Hélder Esménio. Passado um ano Ana Cristina Ribeiro (BE) mantém a mesma opinião. “Um funcionário da câmara não pode, ao mesmo tempo, ter sentido de lealdade com a equipa que gere o local onde trabalha e ser vereador da oposição. Todos os cidadãos têm o direito e legitimidade de se candidatar à câmara, mas depois criam-se estas situações desagradáveis que não são fáceis para ambas as partes”, realça a presidente.A autarca classifica ainda esta situação de “triste fado” referindo que “se calhar o desempenho profissional do funcionário não foi assim de tanta qualidade, nem tão meritório, uma vez que, passado um ano, não houve necessidade desse mesmo funcionário lá continuar a trabalhar”, ironiza Ana Cristina Ribeiro, que explica que o contacto para “renovar” o regime de mobilidade interna teria que partir do IEFP ou de Hélder Esménio.A presidente garante que “mantém” uma relação “perfeitamente normal” de presidente para funcionário, sem grande proximidade, “como é sabido”. A autarca recorda que o actual vereador socialista foi o primeiro a “assumir” que “quando tornou pública a candidatura à câmara” que seria “quase incompatível” o cargo de funcionário da autarquia e vereador da oposição.

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