O processo de elaboração da lista do PSD à Câmara Municipal de Santarém adivinha-se complicado, apesar de já estar definida a recandidatura do actual presidente do município, Ricardo Gonçalves, como cabeça de lista e a entrada de José Gandarez, presidente da concelhia social-democrata, para número dois, como vem sendo hábito no partido.

As relações entre os dois não são as melhores e isso poderá reflectir-se na escolha dos restantes nomes, nomeadamente aqueles mais provavelmente elegíveis (terceiro, quarto e eventualmente o quinto), sendo certo que o número três da lista terá de ser uma mulher devido à lei da paridade.

Ricardo Gonçalves quer ter nomes de sua confiança na equipa e José Gandarez e a restante concelhia não querem também ficar arredados do processo de escolha. Para além de ter de se conformar com Gandarez na sua lista, o actual presidente da câmara deverá ainda ter de dar o sexto lugar à Juventude Social-Democrata e provavelmente a Ricardo Rato, líder da concelhia da JSD e outro crítico de Ricardo Gonçalves.

A entrada de José Gandarez para número dois da lista surge depois de terem sido ventilados nomes como os de Cristina Campos e Teresa Ferreira, que acabaram por não reunir o consenso das duas facções.

Outra dúvida prende-se com o futuro dos actuais vereadores do PSD – Susana Pita Soares, Luís Farinha e Inês Barroso. Farinha já deu a entender que estava fora da corrida, mas no círculo de Ricardo Gonçalves há quem defenda que esses deveriam ser os nomes na lista a seguir a José Gandarez, resolvendo-se assim também a questão da paridade.

Segundo O MIRANTE apurou, na última reunião de militantes do PSD, realizada na noite de 21 de Fevereiro e que debateu o processo das autárquicas, ficaram bem claras as divisões que existem no seio do partido, nomeadamente entre as duas facções lideradas por Ricardo Gonçalves e José Gandarez.