Política | 28-06-2018 15:56

Câmara da Golegã confirma buscas no âmbito da operação "Tutti Frutti"

Câmara da Golegã confirma buscas no âmbito da operação "Tutti Frutti"

José Veiga Maltez disse que a investigação incide num período que vai de 2016 até Outubro de 2017.

O presidente da Câmara da Golegã disse que agentes da Polícia Judiciária e do Ministério Público estiveram esta quarta-feira, 27 de Junho, no município, no âmbito da operação “Tutti Frutti”, que investiga “titulares de cargos públicos” do PSD e do PS.

José Veiga Maltez (PS) disse que a investigação incide num período que vai de 2016 até Outubro de 2017, mês em que se realizaram as eleições autárquicas na qual voltou a ser eleito para a presidência do município, depois de um interregno no mandato de 2013 a 2017, liderado pelo socialista Rui Medinas.

A Polícia Judiciária realizou ontem cerca de 70 buscas, incluindo a autarquias, sociedades e instalações partidárias, no continente e também nos Açores, no âmbito de um inquérito que investiga crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido, segundo a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL).

A operação visa militantes social-democratas, titulares de cargos públicos e empresas de infraestruturas desportivas, investigando igualmente o envolvimento de autarcas socialistas no esquema de influências exercido por “um grupo de indivíduos ligados ao PSD”, titulares de cargos públicos, nomeadamente, “deputados na Assembleia da República, líder parlamentar na Assembleia Municipal de Lisboa, presidentes de juntas de freguesia, e outros”.

Segundo a PGDL, os “fortes indícios recolhidos” permitiram apurar, “no essencial, que um grupo de indivíduos ligados às estruturas de partido político [desenvolveu] influências destinadas a alcançar a celebração de contratos públicos, incluindo avenças com pessoas singulares e outras posições estratégicas”.

A PGDL acrescenta que foram realizadas cerca de 70 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo a escritórios de advogados, autarquias, sociedades e instalações partidárias, em diversas zonas de Portugal continental e nos Açores.

Existem “suspeitas de que houve influências das pessoas referidas no processo na selecção de elementos de confiança para as listas para as eleições autárquicas de Outubro e, em articulação com autarcas do PS, para a própria constituição dos executivos autárquicos”.

Veiga Maltez disse que os inspectores que estiveram ontem na autarquia pediram para analisar pastas no gabinete do vereador que detém o pelouro das obras, procurando em particular processos relacionados com um conjunto de empresas “ligadas a infraestruturas desportivas”.

As buscas, realizadas pela Unidade Nacional Contra a Corrupção, terão decorrido pelo menos em duas dezenas de autarquias, entre Câmaras Municipais de Juntas de Freguesia, bem como na concelhia de Lisboa do PS, na distrital de Lisboa do PSD e em três juntas de freguesia da capital, confirmaram fontes partidárias.

Fonte oficial do PS confirmou que a PJ e o MP se deslocaram ontem de manhã à sede do partido e à concelhia de Lisboa.

A notícia da realização de buscas foi adiantada pela edição ‘online’ da revista Sábado.

Em causa, refere a Sábado, estão suspeitas da prática de crimes económico financeiros decorrentes da contratação de pessoal e da adjudicação directa de serviços a empresas ligadas ou controladas por dirigentes políticos sobretudo do PSD.

Um dos principais visados na operação, indica a revista, é o social-democrata Carlos Eduardo Reis, conselheiro nacional do PSD e ex-presidente da JSD de Braga que apoiou Santana Lopes nas últimas directas para a liderança do partido.

Carlos Reis controla várias empresas que ganharam inúmeras adjudicações diretas de autarquias controladas pelo PSD e também pelo PS, acrescenta a Sábado.

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