Saúde | 14-02-2008 08:51

Centro Hospitalar do Médio Tejo ainda é realidade teórica

Em entrevista a O MIRANTE o presidente da ARSLVT, António Branco ,diz que a cultura de rivalidade não tem ajudado, que não há articulação dos recursos humanos entre hospitais e que há zonas do país onde a falta de médicos de família é bem pior que no Ribatejo.Viu-se obrigado a emitir um comunicado a um domingo a esclarecer questões relativas às urgências no Centro Hospitalar do Médio Tejo. Há muita desinformação a inquinar este processo?Fiquei algo surpreendido com as questões suscitadas publicamente porque há cerca de um ano houve grande discussão sobre esta matéria e o ministério até quis transformar o esclarecimento então dado em protocolo com as câmaras, o que não era sequer necessário. Não há nada de novo desde essa altura, em que foi perfeitamente esclarecida a situação de haver duas urgências básicas e uma urgência médico-cirúrgica num contexto de gestão integrada de urgências.Tem havido uma instrumentalização política dessa questão?É uma boa explicação. Aliás, à dimensão dos problemas que temos, o Médio Tejo é pródigo em explicações esquisitas. Provavelmente devia haver até haver sociólogos a estudar a zona. Veja-se a questão dos doentes sem médico de família. O concelho do Seixal tem à volta de 50 mil pessoas sem médico de família. As três freguesias de Torres Novas que não têm médico - que estão numa situação em que as alternativas não são as ideais mas tem havido capacidade para atender toda a gente sem atrasos relevantes – têm sido uma inspiração para o protesto extraordinária.Falar do Médio Tejo então é generalizar demasiado, já que fala apenas na situação concreta de Torres Novas…Pois se metade do trabalho da comissão de utentes do Médio Tejo é baseado em três freguesias de Torres Novas! E depois são as ameaças – e nisto é que acho que faz falta uma explicação sociológica. A iminente ameaça a tudo e a um par de botas que se verifica no Médio Tejo é uma coisa extraordinária. Não tem nada de paralelo na região.Tem a ver com a tão falada política de quintal, do olhar só para o umbigo?Acho que o Médio Tejo não tem ganho nada em olhar de forma pouco ponderada para estas questões.Reclamar o acesso à saúde é um dever dos utentes…Não está em questão a legitimidade de reclamar o acesso à saúde. Mas sim o ambiente, que felizmente não é permanente, mas é recorrente, de defesa contra a ameaça de alguém que quer tirar tudo.Quer dizer que se tem passado muitas ideias falsas ao longo deste processo?Exactamente. Há um caldo de cultura de rivalidades que não tem ajudado nada. O mesmo que é a causa remota ou mais óbvia do erro de planeamento na criação de três hospitais no Médio Tejo.Então não se aprendeu nada?Não, não se evoluiu muito...A entrevista pode ser lida na íntegra na edição semanal que sai esta quinta-feira.

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