Saúde | 11-04-2008 14:06

Falta de médicos em Benavente

A falta de médicos no Centro de Saúde de Benavente vai levar o presidente da Câmara Municipal de Benavente, António Ganhão, a pedir uma reunião com carácter de urgência à Administração Regional de Saúde. A garantia foi dada pelo autarca na última sessão de câmara realizada na segunda-feira, 7 de Abril. O Centro de Saúde de Benavente tem apenas três clínicos aos serviço, quando já chegou a ter o dobro, garantiu o autarca que se reuniu com a directora da unidade de saúde para perceber as principais dificuldades.António Ganhão considera que não faz sentido que existam apenas três clínicos ao serviço quando Samora Correia por ter Unidade de Saúde Familiar (USF) possui nove médicos. O autarca considera que o modelo da USF é também mais aliciante para os médicos, que trabalhando mais horas auferem maiores rendimentos, mas está disposto a pressionar a ARS para conseguir mais clínicos para a sede de concelho. “Os médicos prestam um bom serviço à população, mas ao mesmo tempo estão a desertificar tudo o que está ao lado. Se o cobertor não chega para tapar a cama, quando se puxa de um lado alguém fica com os pés de fora. É o que está a acontecer aqui”, compara.O presidente da câmara revela que só na área urbana existem oito mil habitantes. “É natural que com as unidades industriais e actividade empresarial que existe ao lado possam existir muitos mais utentes”, revela, aguardando ainda a informação da directora do centro de saúde sobre o número de utentes sem médico de família.A autarquia está disponível para ajudar a ARS a encontrar soluções. “Se me disserem que abriram concursos e não existem médicos a câmara tem que estar disponível para perguntar: ‘e se nós arranjarmos os médicos estão disponíveis para os contratar e resolver o problema da população?’. É uma forma de colaborar e ser proactivos no encontro de soluções para problemas que são sentidos pela população”, explica. O envolvimento financeiro da câmara está fora de questão por ser competência do Ministério da Saúde. “Parte do dinheiro dos impostos dos portugueses vai para os cuidados de saúde. Logicamente não devemos assumir responsabilidades que não são nossas”, revela, não pondo de parte eventuais atractivos para conseguir mais médicos para o concelho. A reunião com a directora do Centro de Saúde de Benavente surgiu porque chegou ao conhecimento do presidente da câmara que algumas situações estavam a preocupar a população. “Há um descontentamento em Benavente com a desertificação, apesar de um esforço enorme do pessoal para responder às carências. As pessoas já tiveram seis médicos e hoje têm três”.António Ganhão está igualmente preocupado com a situação dos do Porto Alto. “Ouvimos dizer que terão que ir a Samora tratar-se. E as pessoas diabéticas e hipertensas? Acabam os cuidados de proximidade. Porque não deslocar-se um médico ou enfermeiro. Porquê o doente?” interroga-se.

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