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Castanhas e Água-pé

Aurélio Lopes

“ Para os 32 mil contos da dívida da Câmara à Portugal Telecom. Será que tem a ver, como dizem as más línguas, com a instalação da Vereadora da Cultura na Casa do Brasil e a inevitável “internacionalização” das chamadas telefónicas? Uma “litrada” bem medida de água-pé.Quanto mais não seja para ajudar a passar o tempo. Até porque, à boa maneira da Administração Central, dívidas velhas não se pagam e as novas espera-se, pacientemente, que envelheçam”

Encontramo-nos hoje numa quadra tradicionalmente ligada ao culto dos mortos, parte visível de um complexo cerimonial mais vasto que, comemorando a morte da natureza, do tempo e do ano, a entende como condição necessária à eclosão de uma nova vida e de um novo ano que nasce. Justifica-se assim, à semelhança do fim do ano gregoriano, ensaiar aqui uma avaliação retrospectiva dos acontecimentos públicos anuais até agora verificados.Em tempo de “magustos”, castanhas e água-pé servem, assim, de prémios e recompensas a incongruentes comportamentos e acções que marcam uma época de peculiares desenvolvimentos políticos e sociais. Tudo isto, numa Santarém “capital do gótico” e que se reivindica de “cidade de futuro com respeito pelo passado” (como rezava o marketing da extinta Candidatura), mas que não deixa, apesar disso, de apresentar um presente particularmente problemático.1 - Para a campanha de bode expiatório que orientou a estratégia autárquica do novo executivo e que, admita-se, prolongou anormalmente o estado de graça inicial.Meia dúzia de castanhas piladas e uma “litrada” para cada vereador da maioria.Se não susceptível de lhes devolver o já saudoso estado de graça, pelo menos de lhes criar um estado digamos,…engraçado!2 – Para o Dr. António Carmo que, após tele-despedido de Director Regional da Segurança Social, conseguiu a proeza de, no mesmo dia, perder duas eleições: uma para a concelhia socialista, outra para a direcção do União de Santarém.Água-pé quanto baste. Castanhada não, que já teve que chegue!Num casos destes, suponho, nem já o “Prof. Alexandrino” lhe pode valer. Aliás, atendendo ao carácter algo erótico da situação, só se for mesmo a Linda Reis!3 – Para o Governador Civil de Santarém, desaparecido sem deixar rasto! Consta que (ou não seja ele um homem de Fátima) no contexto do “espírito de missão” de que tem dado provas, está cumprindo um retiro num mosteiro “benarditino”. Precisamente! Desses em que se faz voto de silêncio e recolhimento absoluto.Um magusto completo e particularmente bem regado.Sabe-se como monges e frades são sensíveis às coisas do estômago. Talvez assim resolva dar sinais de vida.4 – Para a conflitualidade directiva da Académica e do União de Santarém, envolvendo directores e treinadores, presidentes e atletas, polémicas e denúncias públicas e privadas, agressões verbais e outras coisas mais. Em suma ao nível do que de melhor se faz no desporto português.Um quilo de castanhas piladas, atendendo ao número de intervenientes. Nada de água-pé, que “grão na asa” parece que é coisa que por ali não falta!5 – Para a recente euforia tauromáquica, numa atitude cultural louvável de aproximar as criancinhas dos touros. Uma espécie de “pedagogia da marrada”, “pegando-se de caras” as dificuldades de aprendizagem, “encornando-se” as matérias e transformando-se crianças e jovens em passivos e adequados “marrões”.Uma castanhita assada e um “copo de três” para a Vereadora da Cultura.Subentenda-se, povo…. mas pouco!6 – Para o importante contributo dado pelo Município no sentido de reduzir a taxa de desemprego concelhia. Estudo recente, provou que a contratação dos assessores municipais constituiu (a par da Fábrica de Cerveja Cintra) o esforço estratégico mais significativo desenvolvido, neste sentido, nos últimos tempos.Uma castanha apenas para cada um dos inúmeros assessores, já que o país está em crise e as ditas estão” pela hora da morte”.E ainda há quem diga que o executivo, entretido a dizer mal dos outros, nem sequer tem tempo para trabalhar!7 – Para os 32 mil contos da dívida da Câmara à Portugal Telecom. Será que tem a ver, como dizem as más línguas, com a instalação da Vereadora da Cultura na Casa do Brasil e a inevitável “internacionalização” das chamadas telefónicas? Uma “litrada” bem medida de água-pé.Quanto mais não seja para ajudar a passar o tempo. Até porque, à boa maneira da Administração Central, dívidas velhas não se pagam e as novas espera-se, pacientemente, que envelheçam.8 – Para a política ambiental do Município: recolha de lixo, limpeza de recipientes, urbanizações em terrenos de especial aptidão agrícola, poluição dos cursos de água, educação ambiental, etc.…Três castanhas piladas para o vereador do pelouroQue diabo! Esforce-se por ir pensando nalgumas soluções. Vá lá! Eu sei que isso de pensar é incómodo, quiçá doloroso. Mas, vai ver que depois de se habituar não custa assim tanto!9 – Para a inqualificável falta de tacto (chamemos-lhe assim) dos responsáveis autárquicos na recente proposta de homenagem a duas conhecidas personalidades escalabitanas.Um magusto colectivo e obrigatório para todos os dirigentes autárquicos.Para ver se, de uma vez por todas, aprendem a ultrapassar o autismo partidário (e até pessoal) de que dão mostra e se habituam a comunicar antes de fazer asneira.10 - Para a intenção do Vereador da Segurança de resolver a alegada insegurança da histórica “Casa da Portagem” aplicando-lhe o irrevogável tratamento de camartelo.Sim senhor! Se o seu antecessor tivesse metade dessa clarividência nunca as históricas muralhas do castelo teriam caído. Essa é que é essa!Três castanhas piladas. Nada de água–pé!Instáveis e periclitantes já as coisas estão!Enfim! E assim se faz Santarém!Bem dizia aquele analista (tão mordaz como sagaz), que os políticos vão subindo, subindo, subindo, até atingir o seu respectivo nível de …incompetência!

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