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Crescimento natural

Criagás duplicou facturação em 2001 e prepara-se para diversificar negócio

Poucos são os consumidores ribatejanos que, quando abrem a torneira do gás natural, sabem que foi a Criagás que tornou esse gesto possível. Apesar da distribuição do gás estar a cargo da Tagusgás, mais conhecida do público, a verdade é que quem constrói toda a rede até casa do cliente é a Criagás.

A construção de redes de gás natural é o negócio principal da Criagás, empresa sediada no Cartaxo, que tem como principal accionista a Construtora do Lena. Até agora, a Criagás já construiu cerca de 50 quilómetros de redes para o gás natural – entre rede primária (grandes redes de transporte), rede de distribuição construída nas vias públicas das cidades e a rede propriamente de utilização, esta já dentro das habitações – quase todos nos concelhos de Ourém, Tomar, Entroncamento e Torres Novas.Em complemento ao negócio do gás, a empresa também executa instalações de aquecimento central, quer seja pelo sistema convencional, quer pelo sistema AVAC, tecnologicamente mais avançado. Até agora este segmento tem estado cingido em grande parte apenas às grandes unidades industriais.Sobre as vantagens do gás natural, António Marcelino diz que o benefício é evidente, quanto mais não seja porque as pessoas deixam de andar com as botijas às costas e podem usufruir de outros equipamentos – como o aquecimento central – que anteriormente seria impossível.O responsável da Criagás admite que actualmente possa haver algumas reticências dos consumidores finais à instalação de gás natural em casa, porque “quando se começou a entrar no mercado doméstico o preço era muito aliciante e hoje, depois de terem sido feitas algumas correcções, a diferença de valores não será assim tão evidente”.Os grandes argumentos da contratação dos clientes são essencialmente dois – “o conforto e, antes deste, a segurança”. Para o gestor, o aparecimento do gás natural trouxe uma grande mais valia – veio disciplinar o mercado sob o ponto de vista da segurança. “Todos os projectos são feitos por pessoas competentes, que cumprem a lei e são fiscalizados. Quanto mais não fosse, só por isso o projecto do gás natural faz sentido”.O projecto de construção da rede de gás natural em Portugal esteve na base da criação da empresa, em 1999. Mas apesar de ser um investimento de grande envergadura, estará concluído dentro de alguns anos. Quando a rede estiver totalmente construída o que fará a Criagás? António Marcelino refere que a empresa está a preparar-se para entrar em outras áreas de negócios, como projectos de instalação de redes de água e saneamento.Além disso, refere o gestor, o projecto do gás natural não se esgota na construção das redes. “A questão do agenciamento está na ordem do dia e quando Santarém, Entroncamento ou Torres Novas tiverem o gás a funcionar nas casas das pessoas vão ter que haver diversos serviços de aconselhamento e de intervenção técnica e nós vamos estar aí também”. A empresa também não põe de parte a possibilidade de utilizar o seu know how para fazer “aquilo que os estrangeiros fazem connosco, isto é, concorrer à construção de redes em outros países”, principalmente nos mercados emergentes, países que vão assumir mais cedo ou mais tarde a renovação das suas infra-estruturas.UM PRÉMIO AO ESFORÇO DE EQUIPAConstituída há apenas três anos, a Criagás conseguiu duplicar a sua facturação logo no segundo ano de actividade, o que a levou recentemente a receber o galardão de melhor empresa da região do Cartaxo. António Marcelino, um dos accionistas da empresa, diz que o prémio tem de ser repartido por todos os funcionários da empresa, porque sem eles a Criagás não era o que hoje é. “O prémio representa a consolidação de um esforço dos nossos colaboradores. Quando se aumenta o volume da facturação tem de haver sempre um acréscimo de trabalho mas, neste caso, a empresa conseguiu mais que duplicar a facturação sem mexer na estrutura de recursos humanos”, referiu o gestor.António Marcelino discorda de algumas vozes que dizem que falta tecnologia de ponta e qualificação de recursos humanos nas empresas da região. “No nosso sector apostamos muito na formação, a maioria dos técnicos é qualificada. Temos é que continuamente dar formação para que as pessoas se aperfeiçoem e estejam em permanente contacto com as novas realidades do mercado”.Num sector cada vez mais competitivo, a Criagás tem conseguindo gerir a sua área de negócios de uma forma satisfatória – “temos ganho os concursos públicos para a construção das redes de gás a que concorremos e aí estamos a competir com as maiores empresas nacionais e algumas internacionais”, refere o gestor, acrescentando que isso se consegue com base na capacidade de fazer ao menor custo que se têm ganho as obras. “E se nós as ganhamos é porque somos competitivos”.Mas se a técnica e o "Know how" são muito importantes, a imagem e credibilidade da própria empresa também conta. Além da credênciação obrigatória para operar neste sector de actividade, passada pela Gás de Portugal (GDP) depois de um processo de avaliação feita aos “candidatos”, a Criagás foi mais longe e neste momento tem em curso um processo de certificação da qualidade (ISO 9000).Uma certificação que lhe trará de imediato uma melhoria interna, em termos da própria organização da empresa, e também uma outra visibilidade para o mercado. “Cada vez mais, para determinado tipo de trabalhos, as empresas têm de estar certificadas”.

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