uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Já há Polis para Santarém

Ministro Isaltino Morais veio garantir financiamento do Governo em quase 4 milhões de euros

Precisamente um ano depois de o então ministro do Ambiente, o socialista José Sócrates, ter prometido que Santarém não ficaria fora do Programa Polis, o seu sucessor à frente da pasta, o social-democrata Isaltino Morais, veio à cidade garantir o financiamento, por parte do Governo, de algumas obras de requalificação urbana em cerca de 3,74 milhões de euros (750 mil contos). A autarquia terá de entrar com um milhão 250 mil euros (250 mil contos) para as obras, que devem estar concluídas até final de 2005. No total, são cinco milhões de euros de investimento, valor muito abaixo do que a câmara inicialmente candidatou e que representava cerca de seis vezes mais.

Este é o passo decisivo para pôr em marcha um processo que vem do anterior mandato mas que não encontrou receptividade em Lisboa para o seu financiamento no âmbito do Programa Polis, que contemplou 28 cidades portuguesas. Agora, em tempos de crise anunciada, o ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente decidiu que havia projectos que não mereciam ficar na gaveta e mandou avançar com o financiamento para Santarém, Elvas e Funchal.O dinheiro não virá do Programa Polis, que, como disse Isaltino Morais, já tem dificuldade em assegurar fontes de financiamento para os projectos em curso, mas sim do Orçamento de Estado via Plano de Investimento e Despesas para o Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC). O que significa que não haverá fundos comunitários envolvidos. Em causa está a requalificação de locais como o jardim das Portas do Sol, o jardim contíguo aos paços do concelho, a área envolvente à Igreja de Santa Clara, os espaços públicos junto à escola dos Leões e à Cooperativa Lar Scalabitano. Está ainda prevista a criação de um eixo verde urbano entre os jardins Sá da Bandeira e da República, a elaboração dos planos de Pormenor de S. Francisco/Praça do Município e do Cerco de São Lázaro/Rua Pedro de Santarém e a requalificação de espaços verdes junto à Avenida Marquês de Pombal e à Avenida Gago Coutinho e Sacadura Cabral.Na manhã chuvosa de terça-feira, 26 de Novembro, após uma passagem rápida pelas Portas do Sol, Isaltino Morais congratulou-se nos paços do concelho com a assinatura de mais um contrato-programa. “Trata-se de projectos que pela sua qualidade são significativos e simbólicos, e seria uma pena não os executar”, explicou o governante, ressalvando que não é mera retórica dizer que se vivem tempos de contenção e de rigor. Tudo para deixar claro que o dinheiro a investir nestes projectos não surgiu por acaso - mas sim porque foi retirado a outros – e que há que aplicar as verbas “sem desperdícios”.Já o presidente da Câmara de Santarém, Rui Barreiro (PS), não escondia a sua satisfação. “Hoje é um dia de festa para Santarém”, afirmou, realçando que a cidade “tem uma importância inequívoca” no contexto nacional que a deve levar a ser “discriminada positivamente” em termos de financiamentos nacionais e comunitários.O autarca reconheceu no entanto que tem que haver “capacidade de execução” e “dinâmica suficiente” para se poder reivindicar e reclamar junto do Governo as obras de que o concelho necessita. “É precisa capacidade de reivindicar mas também de executar”. Uma afirmação que alguns viram como um recado ao seu antecessor na autarquia José Miguel Noras, hoje presidente da assembleia municipal, e que nessa cerimónia não esteve presente.Quem também não deixou de manifestar o seu regozijo foi a comissão política concelhia do PSD, que ainda antes da cerimónia já tinha na rua um comunicado onde refere que o “Governo acerta contas com Santarém” e sublinha a importância deste apoio governamental.“Apesar do posicionamento permanentemente crítico do actual executivo camarário relativamente à política de investimentos do Governo para o concelho, este responde com o financiamento de projectos no âmbito da componente 4 do Programa Polis, que havia sido reprovado pelo anterior Governo socialista, o que determinou um atraso substancial em alguns projectos de conhecida extrema necessidade para o concelho”, referem os social-democratas.

Mais Notícias

    A carregar...