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Jardins desleixados

Bancos partidos, lama e muito lixo nos Charquinhos e na República

Dois importantes espaços verdes da cidade de Almeirim estão completamente degradados. A câmara municipal justifica a situação com a falta de financiamento necessário para restituir o fulgor que os jardins dos Charquinhos e da República já tiveram, mas promete não ficar de braços cruzados.

O Jardim da República e o Charquinhos já foram os dois espaços verdes mais importantes de Almeirim. Mas nos últimos anos a degradação tem vindo a aumentar e actualmente parecem tudo menos espaços destinados ao lazer. Devido ao estado de abandono já quase ninguém anda por aquelas bandas. Nuno Alcobia ainda se lembra de brincar no jardim dos charquinhos, na Rua de Coruche, há uns 20 anos atrás. “Nessa altura era um espaço muito bonito e agradável. Isto estava sempre cheio de gente”, recorda enquanto olha com desânimo para o recinto coberto de folhas e areia imunda, onde antes estava instalado um parque infantil agora desactivado por falta de segurança. “Vinha para aqui brincar todos os dias com os meus amigos. Chegavam a andar aqui dezenas de crianças enquanto os pais passeavam pelo jardim. Agora isto está uma nojeira. Se houvesse alguma manutenção isto não tinha chegado a este estado. Mas ninguém liga a esta zona”, acrescenta.E se há uns 10 anos atrás se podia ouvir os risos das crianças a brincar no jardim, agora o silêncio é desolador. Tal como é lastimável o lixo que se encontra espalhado pelo chão. As folhas amontoam-se nos caminhos. Restos de pernadas secas de árvores entulham uma cascata onde já não corre água.Ao fim de uns segundos a caminhar pelo local percebe-se porque é que as pessoas evitam a zona. As ruas de terra por entre canteiros onde a erva vai conquistando o espaço da relva estão esburacadas e enlameadas. Em algumas delas só se consegue passar com botas de borracha. Junto a um chafariz a água acumulada numa poça é tanta que o sítio mais parece um lago. E por falar em lago o jardim também tem um mas está cheio de lixo e folhas secas. A água está verde e cheira a podre. Os arbusto que ladeiam o canal por onde corria a água desde a cascata até ao lago em forma de circunferência estão secos. Dos muitos candeeiros espalhados pelo jardim, nalguns casos, só resta o poste. E muitos dos que ainda estão inteiros não dão luz. Até a placa com o nome do jardim já não existe. O espaço tresanda a decadência.Tal como o charquinhos também o Jardim da República, no centro da cidade, está a decair. Um dos bancos de ferro está partido há meses. O piso de terra batida acusa a erosão da água da chuva que provoca crateras e regos. No centro do espaço verde que cada vez mais tem um tom castanho de tristeza está uma árvore podre que mal se aguenta em pé. Ao contrário do charquinhos aqui não há muitas folhas pelo chão. Mas há lixo quanto baste. Papéis, copos de plástico, latas, pacotes de sumo... estão por todo o lado. Na relva, nos arbustos. Em alguns canteiros as ervas vão tomando conta do espaço. Um jardim com mais de 100 anos merecia outro tratamento. Antigamente ao fim de semana o jardim estava cheio de pessoas. De reformados que trocavam dois dedos de conversa. Agora as únicas pessoas que se vêem por ali são as que usam o jardim como local de passagem. “... está um bocado abandonado. Reconheço que já esteve melhor”, sublinhou Alfredo Cardoso, morador em Santarém mas que habitualmente visita Almeirim.Para alguns moradores da zona o problema principal do jardim é o vandalismo e a falta de segurança. À noite vêm para aqui jovens que partem tudo. E durante o dia o jardim é frequentado por toxicodependentes. As pessoas têm medo e evitam vir para aqui. É uma pena”, comentou Georgina dos Santos.

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