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Mexidas na administração

Presidente da concelhia do PSD integra equipa que gere o Hospital Distrital de Santarém

O novo conselho de administração do hospital de Santarém está-se a compor. Aos dois ex-gestores da GALP juntou-se agora o jovem advogado e presidente da concelhia do PSD de Santarém, Ramiro Matos. O director clínico, Fernando Rosas, mantém-se em funções mas só até ser conhecido o seu substituto, uma vez que recusou o convite para continuar. O elenco ficará completo com a indicação de um representante dos enfermeiros.

O presidente da concelhia de Santarém do PSD, Ramiro Matos, foi recentemente eleito para o conselho de administração do Hospital Distrital de Santarém (HDS) pela assembleia geral de accionistas da sociedade anónima que passou a gerir aquela unidade de saúde. O jovem advogado escalabitano disse ao nosso jornal que o seu nome foi indicado pelo Ministério da Saúde e, segundo explica, o critério de selecção terá tido em conta a sua formação na área jurídica.O jurista é também membro da administração dos Serviços Municipalizados de Santarém, indicado pelo seu partido, mas pensa pedir a renúncia a essas funções para não acumular as duas tarefas. “Os dois cargos não são de todo incompatíveis, até porque nenhum deles é executivo, mas por uma questão moral e de consciência entendo que devo abdicar”, afirmou ao nosso jornal.Ramiro Matos junta-se assim no conselho de administração a Edgar Gouveia e a Rui Simões, dois gestores que transitaram da Galp para o Hospital Distrital de Santarém por nomeação do Governo. Da administração está de saída o médico Filipe Rosas. O director clínico encontra-se demissionário, afirmando ter recusado um convite da coordenadora da Sub-Região de Saúde, Rosa Feliciano, para prosseguir nessas funções. Rosas invocou “razões de princípios” que se prendem com a discordância quanto ao novo modelo de gestão hospitalar implementado pelo actual Governo. “Defendo a mudança de algumas regras no serviço nacional de saúde, mas entendo que com este modelo não estamos a caminhar para melhorar o serviço a prestar aos doentes mas sim para a privatização de sectores muito apetecidos”, diz Filipe Rosas, que pretende dedicar-se agora em exclusivo à sua especialidade.O médico anestesista e dirigente regional do Bloco de Esquerda revela que ainda se mantém nesses cargos, mas em “mera gestão corrente”, e que pediu a sua substituição rápida aos novos administradores poucos dias após estes terem entrado em funções. “Não me quero envolver ou co-responsabilizar com o que for acontecendo ao nível de medidas com as quais não estou de acordo e que oportunamente direi porquê”, declara.Sobre as nomeações que se têm verificado na área da saúde, deixou algumas críticas ao PSD. “Subscrevo vários comentários acerca dos critérios de nomeação na área da saúde. Tem havido nomeações que se me afiguram de facto completamente ao avesso daquilo que foi tão criticado pelo PSD no tempo dos governos socialistas”, declarou Filipe Rosas, ressalvando que não se estava a referir a nenhum caso em concreto.Administração explica despedimentos no Hospital de SantarémO director de recursos humanos do Hospital Distrital de Santarém (HSD) justifica o despedimento, em 31 de Dezembro de 2002, de algumas dezenas de trabalhadores contratados com a legislação em vigor, recordando que houve inclusivamente uma prorrogação excepcional desses vínculos laborais, que teriam de cessar forçosamente nessa data.Essa é a resposta de Carlos Viegas a um comunicado do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores que acusava os gestores do HDS de optarem por remeter para o despedimento funcionários que “já tinham mais de quatro anos de experiência profissional na saúde, preferenciando os que acabam de chegar”. Em causa estão funcionários administrativos e auxiliares de acção médica, que, nalguns casos, segundo o sindicato, até tinham tido formação profissional específica “que deste modo foi mal-baratada”.Carlos Viegas contrapõe que já foram contratados alguns funcionários para as vagas que entretanto ficaram em aberto e que outras admissões estão previstas, dando-se sempre prioridade a pessoas que já tenham exercido funções no Hospital de Santarém, logo com experiência profissional adequada. Como exemplo, referiu que dos 56 auxiliares de acção médica contratados, 35 já ali desempenhavam funções e os restantes são provenientes de outras instituições hospitalares.Entretanto também a concelhia de Santarém do PS tomou posição sobre o assunto, em comunicado chegado à nossa redacção esta terça-feira. Os socialistas afirmam que os recentes despedimentos de pessoal contratado a prazo vêm reforçar as suas preocupações relativamente à nova Lei de Gestão Hospitalar, que, na sua óptica, e entre outros aspectos, potencializa o trabalho precário e desvaloriza a contratação colectiva, institucionalizando o contrato individual de trabalho.

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