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Apostar na qualificação

A taxa de inserção dos formandos do Cenfim é de 100 por cento

O Centro de Formação Profissional de Indústria Metalúrgica e Metalomecânica (CENFIM) foi criado há 17 anos com o objectivo de dotar a indústria metalúrgica e metalomecânica com mão de obra qualificada e reconverter, aperfeiçoar e reciclar os activos das empresas. No núcleo de Santarém, o terceiro a ser criado a nível nacional, estão em formação 90 jovens e 400 profissionais em reciclagem. A taxa de inserção nas empresas é de 100 por cento, para todos os jovens que quiseram ingressar no sector.

O sector Metalúrgico e Metalomecânico contribui com cerca de 15 por cento para o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Representa ainda um total de cerca de 15 mil empresas, congregando cerca de 180 mil trabalhadores e tendo um peso importante na indústria transformadora, segundo dados do Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica – Cenfim.Vocacionado para as pequenas e médias empresas industriais que são dominantes no sector, o Cenfim tem desenvolvido a sua actividade acompanhando a evolução cada vez mais rápida do sistema produtivo, introduzindo novas tecnologias, novas formas de gestão e modernas tendências nas estruturas empresariais.De acordo com Manuel Grilo, director geral do Cenfim, o surgimento da instituição “representa uma resposta ao défice de qualificação dos trabalhadores portugueses apontado por empresários, governantes e activos, não só dos recursos humanos já existentes como dos novos profissionais”. Por isso promove o seu ingresso na vida activa.Actualmente estão em funcionamento no Cenfim os Núcleos de Lisboa, Torres Vedras, Santarém, Caldas da Raínha, Peniche, Marinha Grande, Oliveira de Azeméis, Porto, Ermesinde e Trofa. O centro forma 1500 jovens e aproximadamente oito mil profissionais “activos” que em pequenos cursos fazem a sua actualização, reconversão e reciclagem. Manuel Grilo manifesta mesmo que “são os empresários e quadros superiores os que poderão vir a beneficiar da formação", tanto para si como para os seus trabalhadores.O responsável adianta que a taxa de inserção no mercado de trabalho de é 100 por cento, já que em algumas empresas com mais de 30 trabalhadores, todos foram formados na instituição.A acção de formação contínua procura responder a todas as necessidades, desde o operador da empresa ao próprio gestor, em acções divididas entre empresários, quadros superiores e chefias intermédias.A formação na área de aprendizagem, resulta de uma parceria entre o Ministério do Trabalho e o da Educação, que permite desenvolver cursos com a duração de três anos com dupla certificação. “Uma certificação de carácter educativo que dá equivalência do nono ou do 12.º anos, consoante a sua habilitação de entrada. Ainda uma certificação da habilitação profissional numa das profissões da metalomecânica pela qual os formandos venham a optar”, acrescenta Manuel Grilo.Atento à legislação no sectorÉ política do Cenfim estar um passo à frente da realidade das empresas no que respeita às matérias ministradas. É por isso que os currículos são modificados com facilidade, respondendo de imediato às solicitações dos empresários. “Uma reforma do ensino oficial demora anos. Nós em pouco tempo modificamos os currículos com facilidade”, afirma o director do Cenfim.Manuel Grilo considera que deveria haver maior poder de gestão por parte das associações, sem prejuízo do controlo exercido pelo Estado. O Cenfim apresenta um orçamento anual na ordem dos 12,5 milhões de euros, comparticipado desde há alguns anos em 70 por cento pelo Fundo Social Europeu, através do IEFP.As restantes receitas resultam dos descontos dos trabalhadores e empresas para o orçamento da Segurança Social e de receitas próprias provenientes da contribuição das empresas na Formação Contínua, acções e outros projectos. Manuel Grilo calcula que o Cenfim não venha a crescer muito mais, salvaguardando alterações como a sua mobilidade de regiões esgotadas para outras de maior potencial. “A preparação da Lei de bases da Formação Profissional irá determinar um pouco o nosso futuro em termos de actividades”, admite.O responsável tem constatado que a reforma do ensino secundário faz “desaparecer” a mecânica dos poucos cursos técnicos. Dos dez cursos existentes, só a Construção Civil e a Electrónica estão entre áreas como as Artes, Informática, Humanísticas e outras”, mas o Manuel Grilo garante que o Cenfim estará sempre pronto a responder às pretensões dos jovens naquelas áreas.Núcleo de Santarém à espera de novas instalaçõesO núcleo do CENFIM de Santarém tem cumprido os seus objectivos mas poderia fazer muito melhor se tivesse as instalações adequadas. É esta a opinião do director geral do Cenfim, Manuel Grilo, que explica que a escola já deveria ter integrado as instalações do Centro de Formação Profissional de Santarém, na zona industrial, mas continua ainda nas instalações que tinham carácter provisório, na Avenida António Santos.“Abrimos o diálogo com o Centro de Formação de Santarém para aí ministrarmos a nossa formação e penso que tudo está bem encaminhado”, revela Manuel Grilo.O responsável é da opinião de que deveriam ser aproveitadas algumas estruturas. “Existem centros de formação, escolas profissionais, escolas e centros tecnológicos e por isso considero que há que conciliar e complementar o trabalho destas instituições. Se está um centro de formação concluído, porquê fazer outro ao lado?”, questiona-se.O Núcleo do Cenfim de Santarém, criado em 1987, foi o terceiro a surgir a nível nacional. Actualmente decorrem seis acções que são frequentadas por cerca de 90 jovens em formação de Aprendizagem. Na formação de Activos o plano é composto por 30 acções, nas quais se encontram perto de 400 formandos. O Cenfim de Santarém abrange quase todo o distrito, mantendo também uma estreita colaboração com centros de emprego como Leiria, Salvaterra de Magos, Santarém, Tomar, Torres Novas e Abrantes. Segundo Tiago da Cruz, director do núcleo ribatejano, as empresas estão satisfeitas com o trabalho desenvolvido, “não só com o plano normal de formação mas também com acções mais específicas”, garante.A política do Cenfim passa por procurar sinergias entre as várias instituições e rentabilizar as infra-estruturas e equipamentos adquiridos nos últimos anos. ”Não nos perspectivamos na concorrência e valorizamos os pontos de coincidência entre as instituições”, assegura.O protocolo que instituiu o Cenfim resultou do acordo entre o Estado, por via do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), associações patronais do sector de indústria metalomecânica, Associação dos Industriais Metalúrgicos e Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) e a Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Electromecânicas (ANEMM).

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