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Metalomecânica com travo agro-alimentar

Câmara de Abrantes e NERSANT vão ajustar tecnopólo

O presidente da Câmara Municipal de Abrantes acredita que o Tecnopólo da cidade poderá albergar em simultâneo serviços de apoio para as actividades agro-alimentares e metalomecânica, apesar do projecto inicial estar vocacionado apenas para o sector agro-alimentar. Nelson Carvalho saúda até a decisão do governo de “especializar” cada tecnopólo, ficando o de Abrantes com a área da metalomecânica. Só não gostou de saber da decisão pelos jornais. “Acho que não foi muito curial”.

O Tecnopólo de Abrantes foi desenhado para dar apoio ao sector agro-alimentar e irá continuar a ser assim, garante o presidente da Câmara Municipal de Abrantes. Apesar disso, a estratégia que a autarquia e a Associação Empresarial da Região do Ribatejo (Nersant), parceiros no projecto, tinham quando planearam a construção do tecnopólo terá que sofrer ajustamentos uma vez que o Governo decidiu atribuir a especialização de metalomecânica àquela estrutura.“Tínhamos uma estratégia que apontava para determinados objectivos, mas como todas as estratégias podem ser reformuladas e rectificadas”, diz Nelson Carvalho, adiantando todavia que “há uma série de processos em andamento, vocacionados para o sector agro-alimentar e o que está em andamento, está em andamento”.O autarca afirma ainda que não vão desistir de ter empresas que apoiem o sector agro-alimentar – “os técnicos do Governo terão um conjunto de ideias nesta matéria mas nós e a Nersant somos parceiros fundamentais no assunto”, diz Nelson Carvalho, acrescentando – “aliás, a iniciativa do tecnopólo é nossa”.Na opinião do autarca, o Governo deve fazer o enquadramento dos tecnopólos a nível nacional e discutir as matérias com os seus promotores. Por isso, a autarquia de Abrantes e a Nersant solicitaram já uma reunião com o ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, estando a aguardar resposta de Isaltino Morais. Nelson Carvalho quis no entanto salvaguardar o entendimento entre a autarquia, a Nersant e o Governo afirmando que “não há colisão nenhuma” na questão do tecnopólo. Apesar de não ter achado “muito curial” saber da decisão do executivo pelos jornais.Sobre o facto de poderem conviver lado a lado empresas e instituições ligadas a sectores tão díspares como agro-alimentar e metalomecânica, o autarca afirma-se convicto de que não haverão grandes choques. “Os estudos efectuados aquando da decisão de avançar com o tecnopólo apontavam para o sector agro-alimentar, um dos com mais influência na nossa região mas a metalomecânica é também outra área muito importante”.Neste momento o projecto do tecnopólo de Abrantes abrange a Escola Superior de Tecnologia, áreas avançadas de localização de empresas e outras destinadas à habitação, para fazer a integração do conjunto e ajudar à auto-sustentação do projecto, um parque de exposições, uma área de formação e um laboratório de águas e produtos agro-alimentares. Estes são projectos, em fase de arranque ou já consignados – que irão ser mantidos no novo figurino desenhado pelo Governo.Há no entanto que pensar, depois de conhecida a decisão governamental, em ”angariar” para o Tecnopólo de Abrantes serviços de apoio ao sector metalomecânico. “Existem edifícios para os quais ainda não tinha sido destinado nenhum tipo de actividade e temos também terrenos disponíveis onde se podem sediar unidades de apoio à metalomecânica”, refere Nelson Carvalho, adiantando que os tecnopólos não têm que se especializar estritamente em apenas um sector.Até porque os tecnopólos não aparecem como os cogumelos, vão crescendo gradual e organicamente, definindo-se o caminho quando se está já “a andar”, diz Nelson Carvalho.O autarca resume assim a actual situação do Tecnopólo de Abrantes – há um projecto, há coisas que estão em andamento e vão continuar. Vamos conversar agora com o ministro e com os empresários no sentido de ver o que é que, do ponto de vista da metalomecânica, exige resposta e conceber uma ou mais unidades para dar resposta ao sector”.Em todo o caso, diz Nelson Carvalho, a função do tecnopólo – apoiar as empresas na sua modernização, internacionalização e processos de inovação – está assegurada, seja na área agro-alimentar ou metalomecânica. “O que interessa é a sua essência, o resto vem por acréscimo”.

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