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Centro cultural com cofres vazios

Subsídios do Estado não vieram por não terem sido formalizadas candidaturas
O Centro Cultural Regional de Santarém (CCRS) vive momentos de aflição. Os cofres estão vazios e o plano de actividades delineado para 2003 corre o risco de não se cumprir caso o Ministério da Cultura não abra os cordões à bolsa e não dê o subsídio a que a associação que tutela o Fórum Actor Mário Viegas se candidatou.A presidente do CCRS, Graça Morgadinho, diz que a actual situação se deve ao facto de não terem entrado subsídios estatais na tesouraria da associação durante os últimos dois anos, por não terem sido formalizadas as candidaturas aos mesmos pela anterior direcção.Nessa altura o CCRS era liderado por José Niza, ex-deputado e presidente da Assembleia Municipal de Santarém, que confirma a situação e diz já ter dado explicações sobre o assunto em assembleia geral. Mas nega qualquer atitude “laxista”, até porque tem plena consciência que o normal funcionamento da instituição depende desses apoios.A mudança de governo parece ter tido a sua influência no desfecho. Niza diz que tinha por hábito falar directamente sobre o assunto com os titulares da área da Cultura nos bastidores da Assembleia da República, durante os governos socialistas, tendo os apoios sido atribuídos com regularidade até à demissão inesperada do primeiro-ministro António Guterres, na sequência das eleições autárquicas de Dezembro de 2001, que deixou o país em gestão corrente.“Nessa altura eu tinha combinado um encontro com o secretário de Estado da Cultura José Conde Rodrigues para trazermos o subsídio para o Centro e, também, o apoio a uma grande exposição totalmente constituída por documentos absolutamente inéditos do meu arquivo pessoal sobre José Afonso, Adriano Correia de Oliveira e Mário Viegas, mas com a demissão do governo tudo isso ficou prejudicado”, explica José Niza.O ex-presidente do CCRS diz que após o actual ministro da Cultura, Pedro Roseta, ter tomado posse falou com ele na Assembleia da República acerca do Centro Cultural, numa altura em que já não fazia parte dos orgãos sociais da associação. E que mais tarde lhe enviou uma carta entregue em mão sobre o mesmo assunto.“Espero e desejo que o actual governo, como o anterior, continue a apoiar o Centro, respeitando o seu passado e viabilizando o seu futuro”, diz.O mesmo deseja há alguns meses a actual direcção do Centro, que tomou posse em Julho de 2002. Primeiro contactou o Ministério da Cultura para saber se ainda era possível candidatarem-se a apoios referentes aos últimos meses do ano passado. A resposta foi negativa, alegando o governo que o prazo para apresentação das candidaturas tinha expirado. Mas terão deixado a porta aberta a uma candidatura exclusivamente para o ano de 2003.Foi o que a direcção fez em Janeiro deste ano. Mas até à data não houve qualquer evolução e o Centro Cultural Regional de Santarém tem no Ministério da Cultura um pedido de apoio de 40 mil euros (8 mil contos).Neste momento o Centro Cultural sobrevive com subsídios da câmara, das rendas pagas pela Escola de Música de Santarém e dos cursos de pintura e do atelier de artes plásticas para crianças, explica Graça Morgadinho, que acrescenta: “Isso tem-nos permitido sobreviver mas é difícil levar a efeito projectos interessantes que tínhamos previstos para o Forum Actor Mário Viegas”.Alertada para o momento difícil que vive o CCRS e para a ausência de soluções, a deputada comunista Luísa Mesquita fez mesmo um requerimento ao governo, datado de 30 de Janeiro último, onde pergunta se “foi ou não informada a direcção dos procedimentos a concretizar para permitir os indispensáveis apoios financeiros à continuidade cultural que esta entidade tem vindo a produzir na região”.

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