Sou dos que pensam que o que se passa nas nossas auto-estradas e estradas é o reflexo da condução nos meios urbanos. Nunca vimos as autoridades chamar à atenção ou intervir quando se passam ostensivamente os sinais de Stop e sinais vermelhos ou não se respeita a prioridade, como por exemplo nos acessos à chamada “Circular urbana” de Santarém tão mal sinalizada na indicação das entradas e saídas, principalmente na direcção sul.Para não falar daqueles que circulam falando ao telemóvel e transportando crianças no banco da frente. Dá-se mais atenção a outras situações menos graves, como em casos de estacionamento menos prejudiciais para a segurança rodoviária, (onde a exposição é menor),enquanto ninguém vê o estacionamento caótico na estrada nacional 114 no entroncamento com o acesso à zona industrial. Somos dos que defendemos um policiamento à vista. Muito haverá a mudar na mentalidade das pessoas.Não será apenas à escola que compete educar as crianças sobre segurança rodoviária, os pais terão que dar o exemplo. Já vimos crianças a protestar com os pais que os puxam para atravessar a passadeira dos peões, quando o sinal está vermelho.Ainda recentemente em França a prevenção rodoviária chegou ao fim, pela ineficácia que demonstrou a sua aplicação. O governo daquele país acaba de lançar uma batalha contra os maus condutores com a aplicação da repressão dura, onde os excessos de velocidade e a taxa de alcoolémia superior a 0,5 gr/l serão severamente punidos. A pena para um condutor responsável por um “homicídio involuntário” poderá ir até 10 anos de prisão. E por cá? Continua a existir um clima de impunidade e irresponsabilidade, onde as campanhas rodoviárias, incluindo a “tolerância Zero”, foram um fiasco.Os custos com a sinistralidade, suportados por todos nós, seriam melhor empregues em meios humanos e materiais para uma eficaz fiscalização e mais segurança. Remodelação e actualização da sinalização rodoviária e melhoria das vias de comunicação, sendo indispensável a coordenação e conjugação de esforços englobando a Brisa, Instituto de Estradas, Autarquias, etc.É gritante a falta de uma correcta sinalização direccional nos acessos às auto-estradas e Itinerários Principais, sendo nós um país de turismo. Quanto a Santarém, o autismo dos responsáveis da Autarquia é evidente. É de lamentar que os responsáveis permitam que não sejam devidamente sinalizadas as ruas quando se encontram ocupadas e obstruídas por motivo de obras, onde uma simples grade serve. Também não se compreende que o local onde as máquinas estão estacionadas na “Rua O” durante a noite, por motivo de obras, não seja sinalizado com luzes intermitentes! É a lei do desenrasca. Silvino Domingos - ACA-M - Santarém